Análise paleoambiental e posicionamento bioestratigráfico de depósitos do cretáceo da Bacia do Espírito Santo, Brasil

Abstract

Depósitos de bacias sedimentares da margem continental brasileira referentes ao processo de separação do supercontinente Gondwana, mais precisamente ao estágio final da fase rifte, tem especial importância aos estudos estratigráficos devido ao potencial econômico em termos de formação e armazenamento de hidrocarbonetos. A proposta de estudo visa realizar uma determinação palinológica nas amostragens de depósitos de siltitos e folhelhos localizados nos intervalos entre os níveis salinos da Bacia do Espírito Santo gerando dados relevantes atribuídos ao paleoambiente do Cretáceo nesta bacia, assim como informações referentes às incursões marinhas no registro através do estudo de ocorrência de fósseis marinhos e estabelecimento de idades através de um posicionamento bioestratigráfico proposto. Neste estudo foram utilizadas amostras pré-selecionadas de dois poços (BES-01 e BES-02) perfurados na porção emersa da Bacia do Espírito Santo referentes ao Cretáceo na Formação Mariricu e Formação São Mateus, parte da megassequência pós-rifte da bacia. As amostras foram submetidos ao processamento palinológico padrão. Condições de deposição em ambiente marinho foram registradas apenas para o poço BES-01, sendo este composto por apenas seu nível basal continental indicando um evento de transgressão. A associação de espécies de dinoflagelados indica uma condição de deposição de um mar epicontinental característico das primeiras incursões marinhas na bacia com grande aporte continental devido à alta presença de elementos da matéria orgânica particulada continental nas amostras. A distribuição da matéria orgânica particulada através do poço BES-02 indica ambiente deposicional continental em todas as amostras, na maioria das vezes com indicativos de proximidade da área deposicional com a planta-mãe(presença de políades). O gênero de grão de pólen Classopollis, abundante ao longo do perfil, revela condições paleoclimáticas quentes e áridas. A seção estudada do poço BES-01 é datada para o andar Albiano, enquanto que a seção do poço BES-02 foi relacionada aos andares Aptiano e Albiano, sem diferenciação determinada.Deposits of the brazilian continental margin basins related to the Gondwana supercontinent separation process (specifically on the final rift phase) reveal a quite big importance to the stratigraphic studies because of the economic potencial on hydrocarbons related attendance. The study aims to construct a palynological determination working on the siltstone and shales samples localized between salinity levels of the Espírito Santo Sedimentary Basin. The proposal try to determine relevant data about paleoenvironmental interpretations of the Cretaceous, as well as search informations about the marine incursions by the marine microfossils occurrence and establish relative ages by a biostratigraphic conclusion.The selected material are from core drills of two perforated wells on the onshore portion of Espírito Santo Sedimentary Basin.These samples are from Cretaceous transitional sequence of the basin, more specifically from the Mariricu and São Mateus sedimentary formations. The samples were submeted to the standart palynological processing. Marine environment conditions were recorded for the BES-01 well. On this well just the basal sample has continental deposition indicating a marine transgression event. The dinocysts species assemblage indicates a epicontinental marine deposition conditions marking the first marine incursions in this basin. The continental input is evidenced by the presence of continental microfossils on the samples. The kerogen distribution in the BES-02 well reveals a continental deposition in all samples with indications of proximal conditions (polyads) in most of slides. The polen grain genus Classopollis is abundant and reveals warm and arid paleoclimatic conditions. The BES-01 sedimentary section is dated from the Albian age, while the BES-02 sedimentary section were related to the Aptian and Albian age, without greater determination

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