Fernandes, Débora Schimitt Porto

Pedro, Eva Néri Rubim

Schmidt, Michelle Hillig

Universidade Federal do Rio Grande do Sul

FRASCO AMPOLA PLACEBO: UMA ALTERNATIVA PARA A ENFERMAGEM

Lume 5.8

FRASCO AMPOLA PLACEBO: UMA ALTERNATIVA PARA AENFERMAGEMCoordenador: GEANA SILVA DOS SANTOS HUBNERAutor: MICHELLE HILLIG SCHMIDTINTRODUÇÃO: frente à necessidade em se obter um produto alternativopara as aulas de ''aplicação de medicação parenteral'', que atingisse oobjetivo de ensino, diminuísse custos e não gerasse resíduo químico,surgiu o frasco ampola placebo num laboratório de enfermagem. OLabora tó r io  de  En fe rmagem (LE)  é  um espaço  de  ens ino  eaprendizagem, que proporciona o treinamento prévio de habilidadespsicomotoras, num ambiente simulado. Nele é possível repetir osprocedimentos aperfeiçoando o desempenho motor na precisão dosmovimentos, uma das competências necessária ao profissional deenfermagem. Dentre os procedimentos de enfermagem simulados nolaboratório estão: cateterização vesical de demora/alívio; sondagemnasogástrica, administração de medicamentos por via endovenosa (EV),intramuscular (IM), subcutânea (SC), intradérmica (ID); entre outros.Naturalmente, as atividades práticas realizadas no laboratório deenfermagem geram resíduos ocasionando poluição ambiental e danos àsaúde dos usuários se não gerenciados adequadamente. Apesar deserem práticas simuladas, pode ocorrer o manuseio de insumosfa rmacêu t i cos ,  de   imunob io lóg i cos  e  o  r i sco  de  ac iden tesperfurocortantes. Um dos desafios dos laboratórios, dentre eles os deenfermagem, é reduzir a geração de resíduos decorrentes das aulaspráticas, minimizando o risco de contaminação ambiental e mantendo asalubridade adequada do espaço físico. No intuito de prevenir a geraçãode res íduos  é  necessár io  o  aper fe içoamento  cons tan te  dosprocedimentos realizados no laboratório de enfermagem de forma aotimizar os recursos disponíveis. Diante desse desafio, criou-se o frascoampola placebo, como uma alternativa na substituição de frascos demedicamentos utilizados durante as aulas de aplicação de medicaçõesparenterais. O frasco ampola é um pequeno recipiente utilizado paraacondicionamento, na maioria das vezes, de soluções parenterais, e écomposto por: frasco de vidro, tampa de borracha, lacre de metal ou seloestéril e o pó liofilizado (medicamento).   OBJETIVO: o objetivo desseestudo foi descrever o desenvolvimento do frasco ampola placeboutilizado durante as práticas pedagógicas, em um laboratório deenfermagem de uma Universidade pública. E, conhecer a opinião dosusuários do laboratório em relação a utilização do frasco ampola placebo.MÉTODO: realizado na Escola de Enfermagem (EEnf), da UniversidadeFederal do Rio Grande do Sul (UFRGS), especificamente em seuLaboratório de Práticas de Enfermagem (LAPENF), no período de abril adezembro/2011. No ano de 2011, quando as enfermeiras iniciaram suasatividades no laboratório, foi realizada observação das práticas realizadasno LAPENF, entrevistas com profissionais que atuaram anteriormente noatendimento, visita a outros laboratórios e setores da Universidade eexternos, gerenciamento de resíduos. Para confecção dos frascosampola placebo, também foi consultada a opinião de especialistas emfarmácia, química, biologia e enfermagem a fim de se averiguar aviabilidade na produção desses. A partir dessas informações asenfermeiras do LAPENF elaboraram alguns procedimentos padrões,entre esses, os referentes ao desenvolvimento do frasco ampola placebo,descritos a seguir.  RESULTADOS:	após identificação dos resíduosgerados durante as aulas práticas, as enfermeiras preocuparam-se emimplementar maneiras de diminuir e até mesmo abolir a geração dealguns desses, especialmente do resíduo químico. Durante as aulaspráticas de aplicação de medicações por via EV, IM, SC e ID, eramutilizados medicamentos fora do prazo de validade, doados ao LAPENF,para aplicação nos manequins. Porém, nem sempre as doações eramsuficientes para atender a demanda de alunos das disciplinas queutilizavam esses materiais. Além disso, esses frascos continhammedicamento em pó, liofilizado, precisando ser reconstituído com algunsmililitros de água destilada (AD), transformando-se em medicamentolíquido para aspiração e posterior administração parenteral simulada.Contudo, identificou-se a geração de quantidade considerável deresíduos químicos dessas medicações, havendo necessidade em seprever seu descarte bem como o custo para tal. A pesar de considerável,a quantidade ainda não era suficiente para justificar um ponto de coletapago para esses resíduos, na Escola de Enfermagem.  Dessa forma,constatou-se a seguinte problemática no LAPENF:  *	Falta de frascosampola para demanda de alunos;  *	Dificuldade em conseguir doações defrascos com medicamentos vencidos; *	Custo/benefício desproporcionalpara compra de medicamentos e uso simulado em manequins; *	Geraçãode resíduos químicos após a reconstituição do medicamento; *	Custo paradescarte de resíduo químico; *	Dificuldade em se realizar o descarteadequado devido à quantidade  relativamente pequena, não justificandoum ponto de coleta na Escola de Enfermagem. Houve então, anecessidade de se buscar alternativas que solucionassem os problemasdescritos, surgindo assim a idéia para a utilização de um frasco ampolasob a forma de placebo. Inicialmente, as enfermeiras pesquisaram taisfrascos para compra em sites da internet. Diante da inexistência doproduto cogitou-se, então, a possibilidade de fabricação dos mesmos.Após diversas conversas com professoras da escola, farmacêuticos,biólogos e químicos foi possível esclarecer os aspectos necessários paraconfecção dos frascos ampola placebo. Além de solucionar os problemascitados, o frasco ampola deveria conter vácuo e diluir o produto em águabidestilada formando uma solução incolor em pouco tempo de diluição,característ icas normalmente encontradas na reconsti tuição deantibióticos, por exemplo. Foi então, que após resultados positivos,optou-se por utilizar o carbonato de sódio (Na2CO3). Para confecção dosfrascos ampola placebo comprou-se a vidraria, as tampas de borracha, oslacres de metal e o alicate recravador. Após o preenchimento do frascocom o Na2CO3, coloca-se a tampa de borracha e retira-se 20 ml de ar domesmo, formando o vácuo necessário para aspiração de AD aopuncionar tampa com uma agulha. Em seguida, coloca-se o lacre demetal para proteção adequada da tampa de borracha e preservação dovácuo. Por último, cola-se uma etiqueta adesiva identificando o frascoampola como placebo.  CONCLUSÕES: a inserção do enfermeiro doLAPENF como facilitador na busca de um ambiente simulado comrecursos humanos e tecnológicos qualificados e uma gestão de resíduosadequada vem ao encontro dos objetivos pedagógicos para umaformação de qualidade. Em relação a avaliação dos alunos, percebeu-seque o frasco ampola placebo desenvolvido no LAPENF atendeu aosobjetivos e proporcionou o exercício prático de preparo e diluição dosmedicamentos com mais segurança, tendo em vista a possibilidade derepetições  da técnica. Cabe ainda destacar que para a criação do frascoampola placebo contou-se com a opinião de professores da escola deenfermagem e outros profissionais da Universidade, que auxiliaram nodesenvolvimento de um produto que atendesse não somente aosinteresses pedagógicos, mas que contribuísse para o bem estarambiental e financeiro da instituição. Salienta-se a constante necessidadede capacitação da comunidade acadêmica sobre o descarte adequadodos resíduos gerados nos serviços de saúde, especialmente os resíduosquímicos, atividade que é simulada no LAPENF.

Portuguese

https://lume.ufrgs.br/bitstream/10183/156109/1/Resumo_21350.pdf

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