Ferrari, Thaíse

Lume 5.8

Evento Salão UFRGS 2016: XII SALÃO DE ENSINO DA UFRGSAno 2016Local Campus do Vale - UFRGSTítulo EXPERIÊNCIA DE INTERCÂMBIO DE UM ANO EM FACULDADEDE MEDICINA ITALIANAAutor THAÍSE FERRARIRESUMO: Este relato tem como objetivo comparar metodologias de ensino, grade curricular e andamento do curso de medicina através da minha experiência de um ano como intercambista pelo Projeto Ciências sem Fronteiras na universidade italiana Sapienza Università di Roma. O período de duração do curso de medicina na Itália é de 6 anos em ciclo único, ou seja, não há divisão entre cadeiras de ciclo básico e cadeiras de curso avançado ou master (especialização tipo mestrado) como a maioria dos outros cursos da Sapienza, sendo, nesse aspecto, muito parecida com a organização das faculdades de medicina brasileiras. Ao se comparar a grade curricular da universidade italiana (Sapienza) e da brasileira (UFRGS) não há tantas diferenças, existindo basicamente as mesmas cadeiras e matérias englobadas ao longo do curso; contudo ao analisarmos mais atentamente, logo percebe-se que na Sapienza Università as cadeiras teóricas vão até o último semestre de curso, não existindo os dois últimos anos dedicados exclusivamente às atividades práticas, como existe na UFRGS.  Na universidade italiana, as atividades práticas se resumem a alguns poucos créditos espalhados entre os 6 últimos semestres da faculdade, sendo eles de acordo com a escolha do aluno, pois serão decisórios para que se faça o trabalho final de curso (la tesi) a ser apresento a uma banca após os exames finais do sexto ano do curso. As cadeiras principais, como Medicina Interna, Pediatria, Cirurgia, Ginecologia e Obstetrícia possuem além de aulas teóricas, algumas aulas práticas, em torno de 4 a 5 por disciplina, onde os alunos vão ao hospital observar a rotina do departamento e ver algumas consultas ou procedimentos, mas nunca têm contato direto com pacientes e sempre devem estar acompanhados de algum responsável, seja médico contratado, residente ou professor. Um outro ponto a se avaliar é a carga horária total do curso, que na Sapienza Università é de 9000 horas (360 CFU – créditos formativos que equivalem 25 horas cada) ao longo dos seis anos, sendo que 1500 horas devem ser destinadas a atividades práticas e o restante (7500 horas) são dedicadas às aulas práticas. Já na UFRGS são 10572 horas totais, com 5697 horas destinadas a atividades práticas (o que inclui os dois últimos anos de curso exclusivamente práticos – o internato) e 4875 horas a aulas teóricas. Apesar de haver 7500 horas de atividades práticas na universidade italiana, isso não se reflete em uma pesada quantidade de aulas semanais, pois se valoriza muito o estudo autodidata ou domiciliar, sendo as aulas apenas pontos de referência e oportunidades de se tirar dúvidas com os professores. Em relação aos alunos e iniciação científica ou projetos de pesquisa na Sapienza Università não é algo tão comum, valorizado ou oportunizado ao longo do curso, no entanto todo aluno tem algum contato com essa área ao fazer o trabalho final. O hospital-escola da universidade italiana, o Ospedale Policlinico Umberto I, é muito grande, tendo uma grande quantidade de leitos e de atendimentos ambulatoriais por dia, contudo não há um sistema de prontuário eletrônico, como acontece no Hospital de Clínicas de Porto Alegre (hospital-escola da UFRGS), o que lentifica os atendimentos, por exemplo, mostrando como o sistema informatizado de um hospital-escola pode facilitar o ensino de medicina. Enfim, em um ano de experiência nessa universidade italiana pôde-se ver diferenças entre os sistemas de ensino e na forma como se encara a aprendizagem de medicina. A maior quantidade de aulas teóricas da faculdade italiana me trouxe a oportunidade de fazer cadeiras que existem na Itália e que não são oferecidas pela faculdade brasileira, mas pelo outro lado a pouca quantidade de atividades práticas do curso e o limitado contato do aluno com o paciente mostrou-se inconveniente já que são partes muito importantes para formação profissional de um acadêmico em medicina.  Palavras-chave: Medicina, Intercâmbio, Ciências sem Fronteiras 

EXPERIÊNCIA DE INTERCÂMBIO DE UM ANO EM FACULDADE DE MEDICINA ITALIANA

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