Wetlands : aplicação como tratamento complementar para efluente de estações de tratamento de esgotos condominiais

Abstract

Este trabalho versa sobre um tipo de tratamento descentralizado de água residuária ainda pouco conhecido e utilizado no Brasil, os wetlands construídos. Projetados com o objetivo de reproduzir um ecossistema natural, eles são extremamente produtivos e capazes de transformar poluentes em nutrientes ou substâncias inofensivas. O objetivo foi, então, verificar se este tipo de tratamento, quando utilizado como tratamento complementar em uma ETE condominial, produz um efluente capaz de atender aos limites impostos para sua disposição. Primeiramente, foi feito um levantamento dos padrões estabelecidos pelas legislações e normas existentes, tanto para disposição final em corpo hídrico quanto para reuso e a partir de uma revisão da literatura o sistema wetland foi caracterizado, bem como os mecanismos envolvidos na remoção dos poluentes, seus elementos foram descritos, assim como suas formas hidrológicas de construção. Além disso, algumas vantagens na utilização do sistema foram apresentadas, da mesma maneira como foi feito com os critérios de dimensionamento, construção e operação. Na segunda parte do trabalho, foi feita uma análise de um wetland instalado em um condomínio residencial na cidade de Lajeado – RS, onde era utilizado como um pós-tratamento à ETE, composta por um reator UASB seguido de filtro anaeróbico e uma comparação com resultados encontrados em estudos anteriores. Constatouse então, que o wetland apresentou desempenho bastante satisfatório na remoção e atendimento aos padrões estabelecidos para matéria orgânica e sólidos suspensos, assim como apontava a literatura. Para os nutrientes, nitrogênio e fósforo, o desempenho foi satisfatório no início do seu funcionamento, apresentando decaimento com o passar do tempo. De maneira geral, a legislação federal foi atendida e a estadual atendida parcialmente, ficando o parâmetro nitrogênio amoniacal acima dos limites em boa parte das análises. Quanto à possibilidade de reuso, ela só seria possível se o efluente passasse por um tratamento adicional, visto que a concentração de coliformes termotolerantes ficou acima do recomendado pela norma

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