Meirelles, Lúcia Collares

Lume 5.8

Evento Salão UFRGS 2014: SIC - XXVI SALÃO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA DA UFRGSAno 2014Local Porto AlegreTítulo Estudo da relação Trichomonas vaginalis-hospedeiro: citotoxicidade in vitro do parasito contra células epiteliais vaginais humanasAutor LUCIA COLLARES MEIRELLESOrientador TIANA TASCAO protozoário flagelado Trichomonas vaginalis, parasito do trato urogenital, é o agente etiológico da tricomonose, a qual apresenta incidência de 274 milhões de novos casos por ano, sendo considerada a doença sexualmente transmissível não viral mais comum no mundo. O T. vaginalis é um patógeno extracelular, que exerce o parasitismo na mucosa vaginal e uretral, não sendo internalizado pelas células do hospedeiro. O mecanismo da patogenicidade do T.vaginalis é objeto de muito estudo; sabe-se que a ligação inicial do parasito com as células hospedeiras é seguida pela transformação da morfologia do protozoário de piriforme para ameboide, resultando em íntimo contato entre o tricomonas e a célula hospedeira. O T. vaginalis pode ser infectado com vírus de dupla fita de RNA, denominados T. vaginalis vírus (TVV). A infecção viral pode ter implicações importantes para a virulência dos tricomonas e a patogênese da doença. Além disso, pode-se encontrar também, isolados de T. vaginalis naturalmente infectados por Mycoplasma hominis, uma pequena bactéria intracelular que se hospeda no citoplasma do parasito por endocitose. Estudos demonstram que T. vaginalis infectados por M. hominis podem apresentar-se mais citotóxicos contra células epiteliais do que os parasitos não infectados. Considerando a elevada prevalência da tricomonose e ocorrência de simbiose em isolados de T. vaginalis e TVV e M. hominis, o objetivo do presente estudo foi avaliar a citotoxicidade in vitro de isolados de T. vaginalis frente a células epiteliais vaginais humanas, linhagem HMVII. Foram selecionados seis isolados clínicos frescos de T. vaginalis previamente avaliados quanto à ausência ou presença de TVV e M. hominis. Os isolados de T. vaginalis foram cultivados em meio TYM, pH 6,0, suplementado com 10% de soro bovino a 37ºC. As células HMVII foram cultivadas em meio RPMI-1640, suplementado com 10% de soro, a 37ºC e 5% CO2.  Para o ensaio de citotoxicidade, as células HMVII foram semeadas em microplacas de 96 poços e foram incubadas em estufa a 37ºC e 5% de CO2 até obterem confluência. Os tricomonas em densidade de 5,0 x 104 trofozoítos/mL foram adicionados à monocamada confluente de células. Os parasitos e as células foram coincubados a 37ºC e 5% CO2 por 4 horas. A citotoxicidade dos tricomonas foi determinada pela liberação de lactato desidrogenase (LDH) das células HMVII utilizando-se o kit CytoTox-One homogeneous membrane integrity assay (Promega®), de acordo com as instruções do fabricante. Todos os experimentos foram realizados três vezes em triplicata. Todos os isolados de T. vaginalis testados (TVLACM5, TVLACM11, TVLACM15, TVLACM22, TVLACM24 e TVLACH6) apresentaram efeito citotóxico contra as células HMVII. Os isolados denominados TVLACM são provenientes de amostras de pacientes do sexo feminino e apresentaram citotoxicidade 34% mais elevada que o isolado TVLACH6, proveniente de amostra de paciente do sexo masculino. Além disso, o isolado TVLACM15, não infectado por TVV e M. hominis, foi o mais citotóxico (38%).  Os resultados preliminares mostram a citotoxicidade de T. vaginalis contra as células epiteliais vaginais humanas, HMVII, e indicam que o efeito é devido principalmente a fatores de virulência do parasito, mais do que a presença de TVV e M. hominis. Experimentos adicionais estão em andamento para esclarecer o mecanismo de citotoxicidade de T. vaginalis contra células epiteliais vaginais humanas.  

Portuguese

Estudo da relação Trichomonas vaginalis-hospedeiro: citotoxicidade in vitro do parasito contra células epiteliais vaginais humanas

Universidade Federal do Rio Grande do Sul

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Estudo da relação Trichomonas vaginalis-hospedeiro: citotoxicidade in vitro do parasito contra células epiteliais vaginais humanas

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