Soltau, Daiana Hahn

Universidade Federal do Rio Grande do Sul

O uso de parênteses e de travessões duplos nos jornais Zero Hora e Diário Gaúcho: uma análise comparativa

Lume 5.8

Lingüística, Letras e Artes   974  O USO DE PARÊNTESES E DE TRAVESSÕES DUPLOS NOS JORNAIS ZERO HORA E DIÁRIO GAÚCHO: UMA ANÁLISE COMPARATIVA. Daiana Hahn Soltau, Maria Luci de Mesquita Prestes (orient.) (FAPA). A pontuação acontece em várias dimensões da linguagem. Neste trabalho centramo-nos nas dimensões sintática e enunciativa. Trataremos de modo mais específico do uso de parênteses e de travessões duplos, que se encontram entre os sinais denominados por Catach (1980) como “signos de enunciação”. Serça (1998) considera os parênteses como sinais demarcatórios tanto sintática como enunciativamente. Segundo essa autora, tanto os parênteses quanto os travessões reforçam a decalagem – descolagem – enunciativa. Authier-Revuz (1998), tratando da passagem incessante de um discurso para outro – científico para popular e vice-versa –, traz os parênteses e os travessões como sinais empregados para marcar essas passagens. Fizemos pesquisas em textos nos jornais Zero Hora e Diário Gaúcho, ambos de uma mesma empresa jornalística, mas com público-alvo diferenciado: o Diário é um jornal dito mais popular. Pudemos observar que há uma predominância do emprego de travessões na Zero Hora e de parênteses no Diário Gaúcho. Atribuímos isso ao fato de parecerem ser os travessões sinais mais “eruditos”. Outro fato que pudemos observar é que os parênteses são os únicos empregados, tanto num jornal quanto noutro, para encerrar siglas. Quando o que se encontra entre parênteses constitui-se em outro tipo de explicação ou de intervenção do enunciador com algum tipo de observação, a tendência é de empregarem-se predominante travessões na Zero Hora e parênteses no Diário Gaúcho. Quanto a essas explicações, pudemos perceber que, no Diário Gaúcho, aparecem, por vezes, algumas que, num primeiro momento, pareceriam “óbvias e desnecessárias” a leitores mais proficientes. Atribuímos as diferenças de emprego desses sinais e sua finalidade ao tipo de público a que se destinam.  147 

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