Barzenski, Bruna

Cestari, Tania Ferreira

Mazzotti, Nicolle Gollo

Weber, Magda Blessmann

Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Avaliação da qualidade de vida em pacientes com dermatite atópica

Lume 5.8

 Rev HCPA 2004; 24 (Supl) 78  AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA EM PACIENTES COM DERMATITE ATÓPICA. Mazzotti NG , Barzenski B , Weber M , Cestari TF . Serviço de Dermatologia do HCPA e Departamento de Medicina Interna/Faculdade de Medicina/UFRGS . HCPA - UFRGS. Fundamentação: a avaliação da qualidade de vida vem despertando grande interesse na Dermatologia, especialidade em que as doenças, por serem aparentes, podem causar graves estigmas nos doentes e também em seu núcleo familiar. A dermatite atópica (DA), dermatose que acomete geralmente crianças, é um exemplo de doença de pele com estigma importante. Essa dermatose muitas vezes causa transtornos tanto no âmbito familiar como escolar, podendo levar até a transtornos no trabalho dos pais. O impacto da DA na qualidade de vida dos pacientes e de seus familiares já é bem citado na literatura, porém carece de métodos específicos para a sua avaliação adaptados ao nosso meio (ou à nossa população). Objetivos: demonstrar, através da utilização do questionário WHOQOL-BREF, o impacto da DA na qualidade de vida da família de pacientes ambulatoriais com diagnóstico de DA. Método: o questionário foi aplicado a familiares de pacientes infantis (idade < 15 anos) com DA moderada a grave atendidos no ambulatório do Serviço de Dermatologia do Hospital de Clínicas de Porto Alegre no período de julho de 2003 a abril de 2004. Foram totalizados 34 casos de DA e selecionados 34 controles (pacientes infantis atendidos no mesmo ambulatório, sem diagnóstico de atopia). A análise estatística foi realizada através do teste T para amostras não pareadas. Resultados: o questionário WHOQOL-BREF, instrumento desenvolvido pela Organização Mundial de Saúde, é dividido em quatro domínios: meio ambiente, relações sociais, psicológico e físico. Não foi demonstrada diferença significativa em nenhum dos domínios do instrumento analisado ou na sua avaliação global. Foram totalizadas 1768 questões e 29 não foram respondidas. Obtivemos os seguintes resultados na análise overall do grupo DA e controle, respectivamente (média + erro padrão): 68,3 + 3,6 e 73,5 + 2,5 (p=0,5); no domínio físico: 69,4 + 3,1 e 76,5 + 2,2 (p=0,2); no domínio psicológico: 67,0 + 3,0 e 72,9 + 2,09 (p=0,3); no domínio relações sociais: 68,2 + 2,9 e 75,4 + 3,0 (p=,2); no domínio meio ambiente: 60,0 + 2,6 e 57,0 + 2,4 (p=0,6). Conclusão: este estudo não foi desenhado para avaliar especificamente a qualidade de vida na dermatite atópica, mas sim a sua aplicabilidade. Os resultados, contudo, indicam que tanto pacientes atópicos como com outras doenças dermatológicas têm suas vidas afetadas pela dermatose. Este primeiro passo abre a oportunidade para avaliação dos questionários que certamente passarão a compor a avaliação global rotineira de pacientes dermatológicos.   GRUPOS DE APOIO NO TRATAMENTO DA DERMATITE ATÓPICA. Weber MB , Prati C , Fontes-Neto P , Fortes SD , Cestari TF . Serviço de Dermatologia do Hospital de Clínicas de Porto Alegre/UFRGS . HCPA. Fundamentação: a dermatite atópica (DA) é uma doença crônica comum em crianças e adolescentes, muitas vezes grave e que pode comprometer a qualidade de vida dos pacientes e suas famílias. Da mesma forma que outras doenças estigmatizantes, deve ser tratada não só farmacologicamente, mas também no âmbito comportamental, onde os grupos de apoio exercem importante papel.Objetivos: descrever e discutir os diferentes aspectos sociais e emocionais dos pacientes com DA e de seus familiares e a influência dos grupos de apoio nos mesmos.Métodos: as reuniões ocorrem quinzenalmente, com duração de duas horas. Os participantes são divididos em duas salas, uma com pacientes menores de 12 anos e outra com familiares e pacientes adultos, acompanhados por dermatologistas, psiquiatras e estudantes de Medicina. Um tema introdutório é discutido nas duas salas simultaneamente. Na sala dos familiares, dois profissionais registram os comentários e dúvidas em relação à dermatite atópica e à convivência dos doentes com a mesma. Esses relatórios são o objeto deste trabalho, sendo as anotações classificadas por assunto.Resultados: o total de pacientes (unidade familiar) foi de 20. Foram analisados 26 relatórios, referentes aos encontros realizados no período de agosto a dezembro de 2003. Os 117 comentários mais freqüentes foram divididos em sete grupos de assunto: o paciente (28,5%), prurido (18%), pais e família (13%), escola (9,5%), dificuldades gerais no tratamento (16,5%), impressões do grupo de apoio (4,5%) e aceitação da doença (10%). Dentro do assunto paciente, os mais comentados foram o estresse, a culpa dos pais e a vergonha da doença. Quando discutido o prurido, a influência na família foi o mais enfatizado.Conclusões: a análise dos relatórios mostra que a DA tem uma influência importante em vários aspectos da vida dos pacientes e de seus familiares, sendo que a falta de informações sobre a doença é muitas vezes responsável por problemas na escola e nas relações sociais e intrafamiliares. Muitas vezes os pais apresentam reações inapropriadas e as crianças tendem a usar a doença para manipular a família. O conhecimento das ansiedades e angústias quanto à inserção social, às dificuldades no convívio diário e ao uso dos medicamentos pode auxiliar os profissionais da saúde no atendimento dos pacientes com DA.Além disso, pode guiar os profissionais médicos no aconselhamento dos pacientes e de seus familiares para um melhor manejo da doença.  AVALIAÇÃO DA RELAÇÃO DO PRURIDO E NÍVEIS SANGUÍNEOS DE IGE COM A GRAVIDADE DO QUADRO CLÍNICO DA DERMATITE ATÓPICA. Weber MB , Petry V , Mazotti N , Weis L , Cestari TF . Serviço de Dermatologia \ HCPA . HCPA. Introdução: a dermatite atópica (DA) é uma doença com alta prevalência, que afeta principalmente crianças. Apresenta quadro clínico variado, que é classificado em leve, moderado e grave. Entre os agentes etiológicos da DA são citados fatores imunológicos, principalmente mediados através da Imunoglobulina E, que muitas vezes está aumentada nestes pacientes. Objetivos: avaliar o prurido nos pacientes com dermatite atópica, determinar os níveis séricos de IgE total e relacioná-los com a gravidade do quadro clínico destes pacientes.Materiais e Métodos: realizado um estudo descritivo transversal. A classificação do quadro clínico foi feita durante exame de rotina no ambulatório e as características do prurido foram coletadas por questionário preenchido também durante a consulta. Os valores de IgE foram retirados do prontuário do paciente e quando não havia este dado ou a coleta tinha mais do que 6 meses, o exame foi solicitado. Todos os pacientes preencheram o consentimento informado para participar do trabalho. Os dados foram analisados no programa Epi-info.Resultados: setenta e quatro pacientes completaram o estudo, sendo 50% do sexo feminino e 50% do sexo masculino, com média de idade de 9,1 anos, e 72% apresentavam prurido diário. A média de IgE total sanguínea encontrada foi de 2250,10 UI/ml, sendo que os pacientes do sexo feminino tinham média de IgE de 728,40 UI/ml e os masculinos 3771,91 UI/ml. Relacionando a IgE total com a gravidade do quadro clínico, pacientes com dermatose leve tinham média de IgE de 

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