Constituintes químicos e atividades citotóxicas dos tubérculos de Sinningia aggregata (Gesneriaceceae)

Abstract

Resumo: A família Gesneriaceae compreende cerca de 135 gêneros e aproximadamente 3000 espécies de plantas ornamentais. Trata-se de uma família com ampla distribuição em todo o Mundo, representada principalmente nos trópicos e com poucas espécies nativas em regiões temperadas. O principal gênero da família Gesneriaceae no Brasil é Sinningia, o qual possui 68 espécies, das quais 57 ocorrem em território brasileiro. Sinningia aggregata (Ker-Gawl.) Wiehler muito abundante no estado do Paraná, é uma planta herbácea, de ciclo anual, com flores vermelhas (amareladas no botão), encontrada nas regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul, além da região oriental do Paraguai. Com o gênero Sinningia foram realizadas poucas investigações químicas e farmacológicas, por isso o presente trabalho descreve o isolamento de compostos de Sinningia aggregata com posterior avaliação da atividade antiproliferativa in vitro contra um conjunto de linhagens de células tumorais humanas. Foram realizadas duas coletas dos tubérculos de S. aggregata, uma em Curitiba/2004, outra em Tibagi/2007. Tubérculos secos e pulverizados foram extraídos com hexano, acetato de etila e etanol, sendo que os extratos em hexano e acetato de etila foram fracionados neste trabalho. Vários procedimentos cromatográficos foram necessários para o isolamento de onze substâncias. Dentre estas sete foram identificadas como produtos naturais conhecidos: 7-metoxi-2-metilantraquinona (SA5), tectoquinona (SA6), 7-hidroxi-2-metilantraquinona (SA7), 1-hidroxi-2-metilantraquinona (SA8), halleridona (SA9), b-sitosterol (SA10) e estigmasterol (SA11). As demais substâncias eram inéditas e receberam os nomes comuns de aggregatina A (SA1), aggregatina B (SA2), aggregatina C (SA3) e aggregatina D (SA4). Estas substâncias são aromáticas e apresentam um esqueleto carbônico novo, com um anel heterocíclico de sete membros. As aggregatinas A-C são e-lactonas, derivadas do nafatleno, enquanto que a aggregatina D é derivada de uma naftoquinona prenilada. A formação de anéis de cinco ou seis membros é bastante comum, enquanto que anéis de sete membros são raros. Esta feição estrutural pode ser uma característica do gênero ou mesmo da espécie, situação que tornaria essas substâncias úteis como marcadores químicos. A avaliação da atividade antiproliferativa mostrou que tanto o extrato etanólico total, quanto a fração em diclorometano e as substâncias SA4 e SA9 apresentaram resultados positivos principalmente contra as linhagens de células de melanoma, rim e ovário. Estes resultados indicam que as espécies de Sinningia acumulam substâncias com potencial farmacológico

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