Associação entre qualidade do sono e excesso de peso entre estudantes de medicina da Universidade Severino Sombra, Vassouras – RJ

Abstract

A privação das horas de sono tornou-se um fato comum na atualidade devido à rotina estressante do dia à dia. A importância do sono é observada quando constata-se os efeitos negativos causados pela sua privação, como déficit cognitivo, alteração de humor, fadiga e lentificação na execução de tarefas do dia. Além disso, a privação do sono gera alterações endócrinas responsáveis pelo controle alimentar como a diminuição do hormônio anorexígeno leptina e aumento do hormônio orexígeno grelina, ocasionando um aumento do apetite. A perda de sono é considerada um problema de saúde pública, uma vez que aumenta os casos de sobrepeso e obesidade, morbidade e mortalidade. Quando comparamos grupos universitários de diferentes cursos, observa-se que alterações no estilo de vida são mais comumente encontradas nos acadêmicos de Medicina que estão sujeitos ao excesso de peso pela redução das horas de sono que a vida universitária impõe e pela redução do tempo para realizar refeições completas ou prática de atividades físicas regulares. Avaliar a associação entre a qualidade do sono e o estado nutricional de acadêmicos de Medicina da Universidade Severino Sombra, instituição privada situada na cidade de Vassouras (Rio de Janeiro). Auto-aplicação do questionário do Índice de Qualidade do Sono de Pittsburgh (PSQI) e avaliação do Índice de Massa Corporal (IMC). Houve uma associação entre qualidade do sono ruim e excesso de peso dentre os avaliados, mostrando que a alteração na qualidade do sono aumentou em 2,3 vezes a chance de se ter excesso de peso. Os acadêmicos avaliados apresentaram uma média de duração do sono de 6,5 horas/noite. Esses valores estão abaixo do recomendado a um adulto que para ser considerado como um estado ótimo de vigília é necessário de 7-8 horas de sono em 24 horas. A restrição do sono se relaciona com aumento do apetite, consumo de alimentos mais calóricos e como conseqüência há o ganho de peso. Com base nos dados analisados, conclui-se que acadêmicos de medicina estão sobre grande risco de desenvolverem sobrepeso e obesidade tanto pelo sedentarismo quanto pelos maus hábitos alimentares que podem ser conseqüência da privação das horas de sono que a rotina estressante impõe a essa população. Ainda são necessários estudos mais aprofundados que busquem essa relação entre sono e hábitos alimentares, visto que outros fatores podem estar envolvidos nessa associação

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