Media e padrões da corrupção política: os casos freeport e face oculta

Abstract

Esta comunicação analisa o papel desempenhado pelos media na denúncia da corrupção política, num quadro de profundas mudanças nas sociedades europeias, a partir de 2008, particularmente em Portugal. Neste processo a corrupção política emerge como fenómeno nacional dentro de padrões globalizados (Johnston: 2005), monitorizada por órgãos internacionais de prevenção, bem como por instituições nacionais. Se, por um lado, o jornalismo tem investigado e denunciado procedimentos ilícitos de elites e grupos de interesses, por outro lado, o sistema dos media através de práticas jornalísticas têm normalizado, pela repetição e saturação da visualização, situações e fenómenos excecionais, conferindo às denúncias características de entretenimento popular (Streeck: 2013). Com base nestes enquadramentos teóricos objetivamos caracterizar a corrupção política em Portugal a partir da análise dos canais de televisão de sinal e acesso aberto, RTP1 (canal público), SIC e TVI (canais privados). Para a análise do conteúdo manifesto deste corpus recorremos a um quadro teórico advindo da teoria da corrupção (Johnston: 2005; Economakis, Rizopoulos & Sergakis: 2010). Os resultados apontam para a prevalência das rotinas na construção da notícia e para a personalização da política nas principais figuras da democracia

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