Atilio Butturi Junior

Fórum Linguístico

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d o i :  h t t p : / / d x . d o i . o r g / 1 0 . 5 0 0 7 / 1 9 8 4 - 8 4 1 2 . 2 0 1 8 v 1 5 n 3 p 3 1 2 0       F ó R U M   L I N G U Í S T ! C O         A P R E S E N T A Ç Ã O   V O L U M E  1 5 ,  N Ú M E R O  3 ,  J U L . / S E T .  2 0 1 8                  3 1 2 1                       O presente número de 2018 da revista Fórum Linguístico (FL), o terceiro de 2018 (v.15, n.3), conta com 7 artigos, 1 ensaio, 1 artigo de retrospectiva, 1 resenha e 1 entrevista e recobre objetos de pesquisa tão distintos quanto os discursos sobre a imigração, as línguas de contato, a formação de professores de Português para surdos e a imprensa homossexual na Colômbia. Novamente, o periódico do Programa de Pós-Graduação em Linguística da Universidade Federal de Santa Catarina permite vislumbrar a diversidade de pesquisas que, de várias partes do Brasil e da América Latina, aqui aparecem de forma panorâmica.   Formação de professores para o ensino de português como segunda língua para surdos: imagens de si, do surdo e do processo de formação, o primeiro dos artigos (em versões em PB e em Inglês) do número 3 de 2018, foi escrito pelas pesquisadoras Luciana Cardoso de Araújo (Instituto Federal do Norte de Minas Gerais ) e Maria Clara Maciel de Araújo Ribeiro (Universidade Estadual de Montes Claros) e discute a produção de imagens de si e dos alunos surdos que tem lugar no desenvolvimento de um curso de formação de professores de português para surdos na modalidade EAD. A partir da Análise do Discurso, as autoras descrevem um jogo cujo funcionamento materializa as tensões entre os enunciados dos direitos e da inclusão e o que chamam de uma “educação excludente”.   Caio Mira e Katiuscia de Almeida Custodio, pesquisadores da Universidade do Vale do Rio dos Sinos, são os autores do segundo artigo do presente volume da Fórum Linguístico. Em O que traz o senhor aqui?: uma análise semiolinguística do discurso sobre a doença de Alzheimer, os autores apresentam o resultado de uma pesquisa realizada em um Grupo de Apoio da Associação Brasileira de Alzheimer – voltado a familiares e cuidadores de pessoas com Alzheimer – que teve como objetivo analisar o contrato de comunicação (nos termos de Charaudeau) e, por conseguinte, as estratégias adotadas pelos interlocutres, sobretudo relativas ao ethos de autoridade do médico e sua relação com os familiares dos doentes. B u t t u r i  J u n i o r  |  A p r e s e n t a ç ã o   3 1 2 2   Os pesquisadores da Universidade do Sul de Santa Catarina, Fábio José Rauen e Bárbara Mendes Rauen são os autores do artigo Extensão do escopo da lei Maria da Penha a homens vítimas de violência doméstica e familiar em Pelicani (2007): uma análise pragmático-cognitiva, terceiro desta edição da FL (publicado em PB e em Inglês). Os autores recorrem ao conceito de conciliação de metas de Rauen (2014) e de relevância de Sperber e Wilson (1986, 1995) para relacionar a Constituição Federal de 1988, a Lei Maria da Penha e o texto de Pelicani (2007). Por meio de uma análise detalhada dos enunciados presentes em Pelicani (2007) e no discurso jurídico, os autores apontam que há uma interpretação possível, na Lei Maria da Penha, da inclusão para violência contra homens, não obstante essa não figure nesta lei.    Reflexões sobre atitudes linguísticas em espaço de línguas em contato: o contexto de fronteira, artigo escrito pelas pesquisadoras Aparecida Feola Sella (Universidade Estadual do Oeste do Paraná), Vanderci de Andrade Aguilera (Universidade Estadual de Londrina) e Clarice Cristina Corbari (Universidade Estadual do Oeste do Paraná), é o quarto trabalho da presente FL (v.15, n.3, 2018). O texto traz a lume um recorte das pesquisas de um projeto interinstitucional –Crenças e atitudes linguísticas: um estudo da relação do português com línguas de contato – qual seja, as respostas dadas a um questionário por informantes da cidade de Guaíra, no Paraná, caracterizada por um contexto fronteiriço Paraná-Mato Grosso do Sul-Paraguai. Para as autoras, o estudo revela uma tensão linguístico-cultural na qual a alteridade é materializada, sobretudo, nas falas sobre a língua minoritária (o guarani) e seus falantes.   O quinto artigo desta Fórum volta-se para as discussões da AD Francesa e toma por objeto o que chama de “politicamente correto”. Intitulado Efeitos de sentido em charges: um estudo sobre o politicamente correto (publicado, aqui, em PB e em Inglês) e escrito por Reinaldo César Zanardi e Rosemeri P. Baltazar Machado, pesquisadores da Universidade Estadual de Londrina, o texto analisa quatro charges que circularam recentemente no Brasil e conclui que seu funcionamento discursivo aponta para um atravessamento histórico-social que define a força ideológica da materialidade linguística.   Análise de estratégias de argumentação e polidez verbal no gênero entrevista televisiva, de autoria de Anaisy Sanches Teixeira, pesquisadora da Universidade Estadual de Londrina, é o sexto dos artigos que figuram neste volume da Fórum Linguístico.  A proposta do escrito é de, partindo dos estudos da Nova Retórica, analisar as estratégias argumentativas e de polidez verbal materializadas em uma entrevista do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, realizada em 2005 no programa Roda Viva que, para a autora, traz no bojo um caráter de imprevisibilidade da fala do entrevistado e de sua “entoação enfática”.   Chapeuzinho vermelho em três versões: análise de gênero na perspectiva sistêmico-funcional é o sétimo artigo do presente número da Fórum Linguístico. Suas autoras, Cristiane Fuzer e Sabrine Weber, pesquisadoras da Universidade Federal de Santa Maria, desde as problematizações da Gramática Sistêmico-Funcional, traçam um comparativo entre das versões de Chapeuzinho Vermelho: a de Charles Perrault, do século XVII; a dos irmãos Grimm, do século XX; e uma versão escolar, produzida em 2012. Para elas, a análise dos sistemas de transitividade e avaliatividade deixou clara tanto a instanciação do gênero narrativa quanto a  instanciação do gênero exemplum.  F o r u m  l i n g ü í s t i c . ,  F l o r i a n ó p o l i s ,  v . 1 5 ,  n . 3 ,  p .  3 1 2 0 - 3 1 2 3 ,  j u l . / s e t .  2 0 1 8 .  3 1 2 3   Na sequência da revista, a seção Ensaio apresenta o texto “É um problema de todo mundo”: conceitos, métodos e práticas no ensino de português para refugiados (publicado em PB e em Inglês), de autoria Bruno Deusdará, Poliana Coeli Costa Arantes e Ana Karina Brenner, pesquisadores da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, cujo objetivo é refletir acerca do que chamam de “rede conceitual e metodológica” que sustenta as práticas do  projeto Português para refugiados, desenvolvido na Universidade Estadual do Rio de Janeiro e que se marca por colocar em debate as práticas e a política de acolhimento em sua relação com os discursos midiáticos e os discursos assistencialistas que, muitas vezes, as sustentam. Para os autores, é justamente a participação ativa de refugiados e professores que permite a crítica profícua das políticas de inclusão em vigência.    Por sua vez, a seção Retrospectiva deste volume 15, número 3 (2018) da Fórum Linguístico conta com a colaboração dos pesquisadores Mariana Terra Teixeira (Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul) e Gabriel de Ávila Othero (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), autores do texto Aquisição de sentenças passivas: uma retrospectiva teórico-experimental. Teixeira e Othero elaboram um comparativo entre as duas hipóteses da literatura para a aquisição tardia das sentenças passivas no PB: a da maturação de habilidades linguísticas e a da influência do input linguístico, defendendo o ponto de vista que a “hipótese maturacional fornece uma explicação mais sensata para os dados do PB.”    Encerram o presente número da Fórum Linguístico a seção Resenha e a seção Entrevista. Na primeira, figura a avaliação crítica do livro de Ronice Muller Quadros, Língua de herança-língua brasileira de sinais, publicado em 2017.  A resenhista, Sandra Luzia Wrobel Straub, pesquisadora da Universidade do Estado de Mato Grosso,  considera o livro de Quadros e sua relevância, destacando o ineditismo da abordagem dos CODAS (Children of Deaf Adults).      Já na Entrevista, a pesquisadora Nelly Andrea Guerrero Bautista (Universidade Federal de Santa Catarina) apresenta um importante documento acerca dos discursos das homossexualidades latinas, a saber, os relatos de Manuel Antonio Velandia Mora, pesquisador e ativista colombiano e um dos criadores da revista La Ventana Gay, axial para o estabelecimento de um discurso dos homossexuais em tempos de silenciamento (os anos oitenta do século XX).  Apresentado o número, agradecemos às autoras e aos autores deste número, aos leitores e às leitoras da revista, aos pareceristas, à equipe editorial, ao Setor de Periódicos da UFSC e ao Programa de Pós-Graduação em Linguística da UFSC pelo apoio constante na produção da Fórum. Por fim, desejamos a todos uma boa e profícua leitura do vulume 15, n.3 de 2018 do periódico.    ATILIO BUTTURI JUNIOR Editor-chefe   B u t t u r i  J u n i o r  |  A p r e s e n t a ç ã o   

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