Descreve a política de implantação do tratamento automatizado da informação bibliográfica na Universidade de São Paulo. Relaciona os instrumentos utilizados, bem como as vantagens decorrentes desse trabalho realizado em nível sistêmico.
Automated bibliographic information at the university of São Paulo; a policy for its implantation
 

Abstract
 
Describes the policy concerning electronic storageand retrieval of bibliographic information data at the University of São Paulo. The instruments use dand the advantages of this work carried out at systemic level are related. Information policy — Automation of library service

Inês Maria de Morais Imperatriz

Maria Luiza Rigo Pasquarelli

Rosaly Favero Krzyzanowski

Ciência da Informação

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COMUNICAÇÕESA INFORMAÇÃOBIBLIOGRÁFICAAUTOMATIZADA NA USP:UMA POLÍTICA PARA SUAIMPLANTAÇÃOMaria Luiza Rigo PasquarelliInês Maria de Morais ImperatrizRosa/y Favero KrzyzanowskiSistema Integrado de Bibliotecas — Depto. TécnicoUniversidade de São Paulo05508 São Paulo, SPRESUMODescreve a política de implantação do tratamentoautomatizado da informação bibliográfica na Universidadede São Paulo. Relaciona os instrumentos utilizados, bemcomo as vantagens decorrentes desse trabalho realizadoem nível sistêmico.Política da informação — Automação de serviçosbibliotecários.1 _ INTRODUÇÃOA tecnologia da informação, desenvolvida a partirdos avanços obtidos nos procedimentos deregistro, comunicação e organização doconhecimento ao longo do tempo1, tem permitidomudanças substanciais nos serviços prestadospelas bibliotecas universitárias, oferecendopossibilidades mais amplas e ágeis de obtençãode informações para seus usuários.No momento, é essencial estabelecer umapolítica de informatização da informaçãobibliográfica nas universidades, visando tantoaos objetivos internos como também à possívelintegração em redes e sistemas maisabrangentes.Na década de 80, quando as bibliotecas daUniversidade de São Paulo foram reunidas emnível sistêmico, foi iniciada uma política deinformatização, coordenada pelo SistemaIntegrado de Bibliotecas (SIBI) e com aparticipação do Centro de ComputaçãoEletrônica (CCE).Nessa época, foram desenvolvidosentendimentos para a formação de um Bancode Dados Bibliográficos, constituído inicialmentedo acervo das bibliotecas, com dois módulos:monografias e periódicos.A partir de 1985, através da resolução n? 2 858do magnífico Reitor2, as bibliotecas foramdesignadas depositárias da produção científicagerada na Universidade, e, portanto, essainformação passou também a integrar, desdeaquela data, o Banco de Dados Bibliográficos,constituindo mais dois módulos: produçãotécnico-científica do corpo docente e tesesdefendidas3. Com o tempo, outros módulospoderão ser acrescentados aos já existentes.O presente trabalho visa a apresentar a definiçãodessa política de informatização, através dosobjetivos propostos e dos programas emdesenvolvimento.2 — DESENVOLVIMENTOA política de informatização da informação naUniversidade de São Paulo apresenta comoobjetivos principais: 1) centralização dainformação bibliográfica, sem necessidade dareunião física de acervos; 2) atualizaçãoconstante da informação bibliográfica adquiridaCi. Inf., Brasília, v. 18 (1): 58-61, jan./jun. 1989A Informação Bibliográfica Automatizada na USP: Uma Política,para sua Implantação.Maria Luiza Rigo Pasquarelli, Inês Maria de Morais Imperatriz, Rosaly Favero Krzyzanowskipelas bibliotecas; 3) controle bibliográfico dainformação gerada na Universidade; 4)implementação das possibilidades derecuperação da informação; 5) acesso facilitadoàs informações bibliográficas cadastradasatravés de terminais instalados nas bibliotecas;6) possibilidade de aperfeiçoamento dosprogramas e implementações dos módulos noBanco de Dados Bibliográficos; 7) obtenção deprodutos impressos para divulgação dainformação no Banco de Dados Bibliográficos.Para se atingirem os objetivos, foram necessáriosestudos a partir da realização do Diagnóstico dasBibliotecas da USP, em 19804, considerando: a)o conjunto de 38 bibliotecas componentes doSistema; b) o total de acervo, constituído de2 571 192 unidades bibliográficas assimdistribuídas: 1 115 807 livros, 1 015 807 volumesde periódicos, 54 867 teses, 384 654 outrosmateriais (mapas, fitas magnéticas, dispositivos,filmes, discos, entre outros); c) o conjunto de61 548 usuários em potencial; d) a distribuiçãogeográfica das bibliotecas, uma vez que 70%delas se encontram na cidade de São Paulo eas demais em cidades do interior do Estado; e)o conjunto de recursos humanos, que no inícioda implantação do Sistema era de 180bibliotecários e 386 auxiliares; atualmente, essesdados modificaram-se para 300 bibliotecários e405 auxiliares5.As etapas iniciais de trabalho foram dedicadasà definição dos critérios para automação dessesacervos, a fim de se obterem soluções viáveis,principalmente com referência a: 1) a adoçãode procedimentos de normalização técnicacompatíveis com outros sistemas; 2) ocadastramento de grande número de informaçõesem prazo reduzido; 3) a recuperação deinformações.Na atualidade, o Banco de Dados Bibliográficosencontra-se assim constituído (Fig. 1).Para a entrada de dados em computador vêmsendo utilizados os equipamentos BourroughsB6930 e Unisys A-10. Foram organizadosinicialmente formulários específicos para cadamódulo, visando ao processamento em lote. Osprogramas encontram-se em fase de ajustes parao processamento em linha.O formato IBICT6 foi considerado maisconveniente para atender aos objetivospropostos, sendo adotada a representaçãodescritiva pelo AACR27. A normalização deentradas de autores individuais vem sendo feitacom base no trabalho da Biblioteca doCongresso, em Washington, D. C.8; para osautores coletivos, seguiu-se procedimentoindicado no trabalho de Povoa9. Assim serápossível a organização de um banco de entradasque facilitará o processamento de materialbibliográfico.Para a representação temática, vem sendodesenvolvida uma lista de cabeçalhos deassunto10 pelos bibliotecários de cada Unidadede Ensino e Pesquisa, que contam com aassessoria de especialistas nas diversas áreas.Essa lista originou-se da Classificação de Áreasdo Conhecimento do CNPq11, vigente em 1983.Dessa forma, numa etapa inicial foram reunidascerca de 8 000 entradas referentes àsespecialidades dos acervos das bibliotecas.Após um período de testes, o trabalho está sendorevisado, no sentido de se efetuarem os acertosnecessários e as expansões previstas, e de seincluírem remissivas, as quais no início nãoestavam previstas pelo programa automatizado.Com a alteração dos procedimentos para entradae recuperação de dados em linha, a lista decabeçalhos será utilizada em todos os módulos.Portanto, será possível encontrar, sob um mesmocabeçalho, determinada informação, seja elaconstante de livros, periódicos e outros materiaisdos acervos, bem como de publicaçõesproduzidas na própria Universidade. Além disso,há previsão de recuperação por nome de autor,título e/ou palavras do título, ano de publicação,idioma, país, entre outros.É oportuno ressaltar, ainda, que o cadastramentoautomatizado permitirá a reunião da informaçãoexistente nos acervos da Universidade, semacarretar alterações nos procedimentosadotados pelas bibliotecas, individualmente, notratamento técnico de seu material bibliográfico.Além disso, em decorrência desse trabalho,alguns produtos serão obtidos, tais como: 1)fichas catalográficas (matriz e desdobramento),previstas para a substituição parcial doscatálogos ou para acervos não processados;2) conjunto de microfichas referentes ao acervode cada biblioteca, para uso em ocasião quenão exija acesso em linha ao Banco de Dados;3) etiquetas de bolso e de lombada para asCi. Inf., Brasília, v. 18 (1): 58-61, jan./jun. 1989A Informação Bibliográfica Automatizada na DSP: Uma Política para sua Implantação.Maria Luiza Rigo Pasquarelli, Inês Maria de Morais Imperatriz, Rosaly Favero KrzyzanowskiFigura 1 — Banco de dados bibliográficos da USP — formado por quatro módulos, assim distribuídos:livros e publicações periódicas, correspondentes aos acervos das bibliotecas; teses (defendidas na USP)e produção do corpo docente, correspondentes à informação gerada na Universidade. Os totais indicadosna figura referem-se às informações cadastradas nos módulos até dezembro/1988.coleções de monografias; 4) conjunto demicrofichas das publicações seriadas eperiódicas da USP, atualizadas anualmente,como subproduto da contribuição ao CatálogoColetivo Nacional de Periódicos; 5) publicaçõesanuais sobre a produção técnico-científica docorpo docente e teses defendidas.É necessário lembrar que, para odesenvolvimento do cadastramentoautomatizado da informação na Universidade, épreponderante a participação ativa dasbibliotecas que compõem o Sistema, Essaparticipação consiste principalmente nocadastramento das informações e naorganização da lista de assuntos, sob acoordenação do Departamento Técnico do SIBI.No entanto, os custos elevados da fase deimplantação do Banco de Dados motivarampedidos de auxílio a agências financiadoras, noque se refere a pessoal suplementar e alocaçãode disco magnético para a armazenagemexclusiva desses dados*. O CCE dispõe deanalistas de sistema para o desenvolvimento dosprogramas e se responsabiliza pela escolha dehardware.* Foram obtidos auxílios da FINEP (convênio n?43.85.0596.00) para pessoal (bibliotecários e auxiliares) ematerial de consumo, e da FAPESP (proc. 85/0542-6), paraalocação de disco magnético de 404 MB.Ci. Inf., Brasília, v. 18(1): 58-61, jan./jun. 1989A Informação Bibliográfica Automatizada na USP: Uma Política para sua Implantação.Maria Luiza Rigo Pasquarelli, Inês Maria de Morais Imperatriz, Rosaly Favero KrzyzanowskiOutros programas para microcomputadores, jádesenvolvidos e em desenvolvimento, sãoopcionais para as bibliotecas. Incluem-se nestegrupo: 1) empréstimo de material bibliográfico,que pressupõe o cadastramento automatizadodo acervo para a sua implantação12; 2) controleda produção técnico-científica em nível deunidade13.Para complementar o acesso à informaçãoautomatizada, está sendo implantado naUniversidade o acesso a base de dados nacionaise internacionais (ORBIT, DIALOG e SNT, entreoutras), com funcionamento inicial noDepartamento Técnico do SIBI.3 — OBSERVAÇÕES FINAISA implantação do Banco de Dados Bibliográficosna USP permitirá aos usuários uma agilizaçãono acesso ás informações existentes nos acervosdas bibliotecas e também àquelas geradas naUniversidade. Haverá ainda mais possibilidadesdo que as atualmente disponíveis para arecuperação da informação, pelas própriascondições do programa. A revisão final deentradas, visando à sua uniformização,contribuirá para maior precisão nas consultas aomaterial bibliográfico cadastrado.Para a concretização do trabalho, essa etapainicial vem exigindo considerável concentraçãode esforços por parte das 38 bibliotecasintegrantes do Sistema. Estão previstos algunsajustes decorrentes da própria utilização dosprogramas. Além disso, a tecnologia dainformação vem continuamente proporcionandonovas facilidades, as quais poderão ser adotadascom a finalidade de implementação dos serviçosoferecidos aos usuários.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS1 FREUND, G. E. Impactos da tecnologia da informação.Ci. Inf., Rio de Janeiro, // (2): 17-22, 1982.2 UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO. Resolução n° 2 858,de 1° de fevereiro de 1985. Diário Oficial, São Paulo,7 fev. 1985. Seção 1, p. 16. Estabelece diretrizese procedimentos para promover e assegurar a coletada produção gerada nas Unidades da USP e aposterior transferência da informação à Coordenaçãodo SIBI.3 PASQUARELLI, M. L. R. et alii. Banco de DadosBibliográficos do Sistema Integrado de Bibliotecasda Universidade de São Paulo. In: Encontro Nacionalde Biblioteconomia e Informática, 2., Brasília, 1986.Anais... Brasília, ABDF/IBICT, 1986. p: 131-94 UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO. Diagnóstico dasbibliotecas da Universidade de São Paulo. São Paulo,1980. 2v. (mimeogr.).5 PASQUARELLI, M. L. R.; KRZYZANOWSKI, R. F.;IMPERATRIZ, l. M. M. Sistema Integrado deBibliotecas da Universidade de São Paulo:implantação e desenvolvimento. Ci. Inf., Brasília, 17(1): 59-66, jan./jun. 19886 INSTITUTO BRASILEIRO DE INFORMAÇÃO EM CIÊNCIAE TECNOLOGIA. Formato IBICT; formato deintercâmbio bibliográfico e catalográfico. Brasília,IBICT, 1987. 400 p.7 CÓDIGO de Catalogação Anglo-Americano. Trad.FEBAB. 2. ed. São Paulo, FEBAB, 1983-5. 2v.8 LIBRARY OF CONGRESS, Washington. National UnionCatalog. Washington, 1942.9 POVOA, N. P. Entradas de entidades no CatálogoColetivo de Livros do Estado de São Paulo. ed.preliminar. São Paulo, USP/SIBI, 1983. 75 p.10 UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO. Sistema Integrado deBibliotecas. Departamento Técnico. Lista deassuntos referentes ao Programa de CadastramentoAutomatizado de Livros da USP. São Paulo, 1986.2v. (mimeogr.)11 CONSELHO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTOCIENTIFICO E TECNOLÓGICO, índice geral dasgrandes áreas, áreas, subáreas e especialidades.Brasília, 1983. 48 p. (mimeogr.)12 UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO. Sistema automatizadode empréstimo (SAE). São Paulo, Sistema Integradode Bibliotecas/Centro de Computação Eletrônica daUSP, 1988. 81 p.13 UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO. PROCIENT —Produção Técnico-Científica e Artística do CorpoDocente e Pesquisadores da USP: manual de usode procedimentos. 2. ed. São Paulo, Sistema Integradode Bibliotecas/Centro de Computação Eletrônica daUSP, 1986. 95 p.AUTOMATED BIBLIOGRAPHIC INFORMATIONAT THE UNIVERSITY OF SÃO PAULO; A POLI-CY FOR ITS IMPLANTATIONABSTRACTDescribes the policy concerning electronic storageand retrieval of bibliographic information data atthe University of São Paulo. The instruments usedand the advantages of this work carried out at syste-mic level are related.Information policy — Automation of library servicesCi. Inf., Brasilia, v. 18 (1): 58-61, jan./jun. 1989

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