Resumo: Após medir ou estimar a intensidade da doença em uma população de hospedeiros, o uso de análises estatísticas auxilia na compreensão do processo epidêmico. Este trabalho tem como objetivo abordar aspectos sobre modelagem estatística com aplicações no estudo das principais doenças do pessegueiro. Inicialmente, aborda-se a teoria geral em modelagem estatística com foco na aplicação em epidemiologia de doenças de plantas, seguida dos aspectos gerais da cultura do pessegueiro e suas principais doenças, O trabalho está organizado em três artigos. Primeiro, fez-se um estudo sobre parametrizações do modelo logístico, pois sua expressão pode ser escrita de forma que os parâmetros tenham interpretações convenientes, mas as propriedades estatísticas dos modelos, seu comportamento numérico e a validade das inferências são afetados pela parametrização. Avaliou-se a relação entre as inferências e o comportamento não linear de quatro parametrizações do modelo logístico ajustado aos dados do progresso temporal da incidência da ferrugem do pessegueiro causada por Tranzschelia discolor. Calcularam-se medidas de não linearidade do modelo e, para as estimativas dos parâmetros, avaliou-se o viés de Box, construiramse superfícies de log-verossimilhança, respectivas aproximações quadráticas e perfis de verossimilhança. No segundo trabalho, caracterizou-se o início e o progresso temporal da ferrugem do pessegueiro (T. discolor) em ramos nos terços inferior, médio e superior da copa da planta, em pomares com e sem o uso de fungicidas. Avaliou-se incidência e severidade da ferrugem em folhas e lesões nos ramos. Nas análises, adotou-se um modelo linear misto, considerando a altura do ramo na copa da planta como efeito fixo, cultivares e blocos como efeito aleatório, A área abaixo da curva de progresso da ferrugem foi maior nos ramos do terço superior em comparação aos ramos do terço inferior, O inoculo inicial diferiu entre as posições, entretanto com taxas de progresso similares para incidência e severidade. No terceiro trabalho, utilizou-se dois estudos de caso sobre incidência de podridão parda em pós-colheita de pêssegos causada por Monilinia fructicola, considerando safras conjuntamente e a existência de efeito aleatório compartilhado por frutos de uma mesma árvore para descrever as principais técnicas em análise de sobrevivência. Aplicouse a técnica não paramétrica de Kaplan-Meier e a estatística log-rank, além do modelo semiparamétrico de Cox para estimar o efeito de cultivares e do número de dias após a floração plena no momento da inoculação sobre a sobrevivência ao sintoma de podridão parda e sobre o risco instantâneo de expressá-lo em duas safras consecutivas, A análise de sobrevivência com efeito basal variando entre safras e a verificação do efeito de árvore como fator de agrupamento com efeito aleatório mostraram-se adequados para interpretar o comportamento da doença, além de respeitar a natureza da variável e do fenómeno estudado