Resultados imediatos e acompanhamento tardio do implante do stent bard-xt para tratamento de coronariopatia obstrutiva.

Abstract

Orientador : Ronaldo da Rocha Loures BuenoDissertaçao (mestrado) - Universidade Federal do Paraná, Setor de Ciencias da SaúdeResumo: O stent coronariano Bard-XT pertence a uma nova geração de stents de aço inoxidável expansíveis por balão. É composto por múltiplos módulos de 2,15 mm de extensão unidos por uma espinha longitudinal radiopaca, combinando assim baixo perfil com boa força radial, flexibilidade, contenção eficaz, expansão uniforme sem encurtamento longitudinal, mínimo recolhimento e fácil acesso a ramos laterais. Um dispositivo de montagem permite sua fácil e segura locação sobre um balão convencional de angioplastia. O objetivo deste estudo é avaliar os resultados clínicos e angiográficos imediatos e o seguimento clínico de médio a longo prazo após a colocação do stent Bard-XT. Estudou-se o implante de 92 stents de vários comprimentos (11, 15 e 19 mm) realizados em 83 pacientes no período de Janeiro a Julho de 1997. A idade média dos pacientes foi de 57,4 ± 10,5 anos, e 72,3% deles eram homens. Foram tratadas lesões do tipo Bi em 44,6% dos casos, B2 em 51,1% e C em 4,3%. O implante foi eletivo em 41,3% das situações, e foi indicado para tratamento de urgência de dissecções ou de resultado sub-ótimo após angioplastia convencional em 58,7% dos casos, havendo sucesso imediato angiográfico de 97,8% e clínico de 95,7%. Ocorreram dois insucessos por dificuldades técnicas; houve um óbito por arritmias intratáveis, mas com o stent comprovadamente pérvio, e outro durante a internação hospitalar, no pós-operatório de cirurgia vascular periférica. Nos pacientes que alcançaram sucesso, o diâmetro luminal mínimo aumentou de 0,65 ± 0,45 mm para 3,07 ± 0,40 mm, deixando uma estenose residual média de 2,75 ± 6,2%, relativa a um diâmetro de referência de 3,16 ± 0,41 mm. Durante a permanência hospitalar média de 2,46 ±1,9 dias, 6,7% dos pacientes sofreram um evento clínico menor, e 2,2%, já comentados, um evento clínico maior. Dois pacientes foram a óbito durante o seguimento tardio. Obteve-se acompanhamento clínico tardio de 82,1% dos pacientes elegíveis. Após o período médio de 137,4 ± 43,8 dias, 82,8% dos pacientes referiam estar sintomaticamente melhor que antes do implante. Observou-se teste não-invasivo positivo para isquemia miocárdica em 25% da população acompanhada. O reestudo angiográfico indicado pela presença de isquemia nestes pacientes revelou uma estenose tardia de 75,6 ± 17,7%, e um diâmetro luminal mínimo de 0,7 ± 0,52 mm. Evidenciou-se uma correlação positiva entre hipertensão arterial sistêmica (p=0,0012) e história prévia de revascularização miocárdica ou angioplastia (p=0,0117) com a ocorrência de reestenose clínica, e uma correlação inversa entre tabagismo e reestenose (p=0,0066). Houve uma forte tendência à maior incidência de reestenose quando se trataram vasos pequenos (<3,0 mm, p=0,0554). Idade, sexo, fração de ejeção de ventrículo esquerdo, outros fatores de risco para doença coronariana, tipo e extensão da lesão tratada, indicação do implante e diâmetro luminal imediato após o procedimento não foram preditores de reestenose clínica. Em conclusão, na experiência preliminar com o stent Bard-XT, comprovou-se a facilidade do seu implante, que se associou com bons resultados imediatos e boa evolução clínica de médio a longo prazos. O desenho do stent permite segurança e eficácia no tratamento de lesões coronarianas, trazendo resultados comparáveis àqueles obtidos com o implante de stents tubulares.Abstract: The Bard-XT coronary stent is a new generation steel-wire, balloonexpandable device. It is made with 2,15 mm modules welded to a longitudinal radiopaque spine, combining low profile with increased radial strenght and scaffolding properties, uniform expansion without shortening, minimal recoil, flexibility and good side branch access. A newly designed loading tool allows hand crimping of the stent onto a standard angioplasty balloon. The aim of this study is the assessment of immediate clinical and angiographic results and medium- to long-term clinical follow-up after Bard-XT stent deployment. The implantation of ninety-two stents of various lenghts (11, 15 and 19 mm) was attempted in 83 patients from January to July/97. The mean age was 57,4 ± 10,5 years; 72,3% of the patients were male. Lesions were type Bi in 44,6% of the cases, B2 in 51,1% and C in 4,3%. Implantation of the stent was elective in 41,3% and for dissection or suboptimal result in 58,7% of the lesions, with an immediate angiographic success rate of 97,8% and an immediate clinical success rate of 95,7%: one patient died because of untreatable arrythmia, but the stent was opened; another patient died after peripheral vascular surgery; two stents couldn't be deployed because of technical difficulties. In those patients with successful deployment, minimal luminal diameter increased from 0,65 ± 0,45 mm to 3,07 ± 0,40 mm after intervention, providing an immediate postprocedural residual stenosis of 2,75 ± 6,2% relative to a reference diameter of 3,16 ± 0,41 mm. During the medium hospital stay of 2,46 ±1,9 days, 6,7% of the patients had minor clinical events, and there was no other major clinical event.Two patients died during follow-up. Clinical follow-up of 82,1% of the eligible patients at 137,4 ± 43,8 days revealed that 82,8% of them were symptomaticaly better; stress tests were positive in 25% of the patients. The ischemia-induced control angiography of these patients showed a stenosis of 75,6 ± 17,7%, and a minimal luminal diameter of 0,7 ± 0,52 mm. There was a positive correlation between hypertension (p=0,0012) and previous invasive coronary treatment (p=0,0117) and clinical restenosis, but a negative correlation between smoking and restenosis (p=0,0066). A trend toward restenosis was observed when stenting of smaller vessels (<3,0 mm) was attempted (p=0,0554). Age, sex, left ventricular function, other clinical coronary risk factors, type and lenght of the lesion, lenght of the stent, bail-out implantation and immediate minimal luminal diameter were not predictive of clinical restenosis. In conclusion, the preliminary experience with the Bard-XT stent was associated with good immediate and medium- to long-term clinical outcome. The stent has a promising design for the safe and effective treatment of coronary lesions, allowing results comparable to those obtained with slotted-tube stents

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