Resumo: A família Lamiaceae inclui diversas espécies aromáticas. O gênero Mentha é o mais importante em função de agrupar grande número de espécies produtoras de óleo essencial. O mentol é o constituinte de maior valor comercial com acentuada demanda pelas indústrias farmacêutica, cosmética, alimentícia e de higiene pessoal. Apesar do Brasil já ter sido o maior produtor mundial de mentol, a partir da década de 80 passou à condição de importador, gastando em torno de US$ 10 milhões / ano. A produção de óleo essencial depende das características genéticas e das condições ambientais edafoclimáticas específicas, exigindo estudos fisiográficos regionais. Objetivando a produção de óleo essencial de menta com elevado teor de mentol, foram testados 10 genótipos e diferentes alternativas de propagação no Litoral Norte Catarinense, no município de Araquari, Santa Catarina. Os experimentos foram realizados de novembro de 2008 a junho de 2009, com delineamento em blocos casualizados e esquema fatorial, com duas avaliações. O genótipo Mentha canadensis L. apresentou adaptação local e potencial de produção expressos pela produtividade de 186,9 litros por hectare de óleo essencial com teores de mentol entre 89,6 e 92,7%. No segundo experimento foram comparadas quatro estruturas de propagação (estolões com 10, 15 e 20 cm de comprimento e mudas de estacas com 5 cm de comprimento) em duas épocas de colheita (95 dias após o plantio e 60 dias após a rebrota). A propagação por estolões de 20 cm é considerada uma alternativa viável para menta, por apresentar níveis similares de produção de óleo essencial e de mentol a partir da segunda colheita. Dando continuidade à linha de pesquisa da UFPR em Pinhais, Paraná, com o genótipo previamente selecionado Mentha canadensis foram conduzidos mais dois experimentos de setembro de 2009 a maio de 2010. Visando a produção do óleo essencial foram avaliados em casa de vegetação e em vasos, com delineamento inteiramente casualizado, a influência dos bioestimulantes, extrato de alga e ácido fúlvico (50, 250 e 500 mg kg-1) em aplicações foliares e no solo. Todos os tratamentos aumentaram a produtividade de óleo essencial. A campo, com delineamento casualizado, esquema fatorial e duas épocas de colheita, foi testado o efeito de pulverizações conjuntas e isoladas dos bioestimulantes, extrato de alga e ácido fúlvico (50 mg kg-1), na produtividade de óleo essencial, comparando-se também o rendimento da hidrodestilação com a destilação por arraste. Análises elementares de nitrogênio, fósforo e potássio foram realizadas nas folhas, torta residual de destilação e hidrolato. As pulverizações com extrato de alga e ácido fúlvico e as épocas de colheita não apresentaram diferença significativa para produtividade de óleo essencial. O rendimento de óleo essencial na hidrodestilação foi maior do que na destilação por arraste de vapor, sendo que a forma de extração não altera a qualidade do óleo essencial. O potássio não é removido no hidrolato. A análise nutricional da torta residual de destilação determinou a exportação de 121,3 kg ha-1 de nitrogênio, 289 kg ha-1 de potássio e 29,1 kg ha-¹ de fósforo em duas colheitas evidenciando a necessidade da sua devolução na forma de cobertura morta