Imaginárias topografias iconológicas e iconologias topográficas do litoral do Estado do Paraná de Alfredo Andersen (1860-1935)

Abstract

Resumo:Este trabalho apresenta os resultados de uma pesquisa que teve como objetivo principal compilar as pinturas produzidas pelo artista plástico norueguês Alfredo Andersen (1860-1935), estruturando e organizando uma base pictórico-geográfica e histórica a partir da análise de paisagens em suas dimensões objetivas (materialização das formas) e subjetivas (relacional sujeito/mundo). A análise das pinturas de Andersen assumiram, nesta Tese, duas perspectivas: a perspectiva documentário e a perspectiva reflexiva. Neste sentido, foram fontes de dados sobre um universo geográfico, cultural e histórico definidos e também um meio para elucidar as representações criadas pelo sujeito cognoscível e suas estratégias discursivas na construção de um conhecimento sobre "os outros". Desta forma, as diferentes paisagens produzidas por Andersen, foram objetos usados para inter-relacionar e interpretar um processo interativo e de significação do tempo e do espaço. O ponto de convergência deste estudo recaiu sobre as paisagens do Litoral do Paraná. Este litoral foi entendido como uma configuração territorial que além de permitir diversas leituras, estrutura-se em esquemas não rígidos - tal qual uma imagem (texto não-verbal, analógico e polissêmico). Estes esquemas são capazes de correlacionar diversos signos onde outros diferentes arranjos e sistemas (estético, natural, cultural, artístico, social, político, econômico, entre outros) nascem, reproduzem-se, são explorados e transmitidos. Este estudo entendeu as paisagens como atos psíquicos, misturas entre cultura e consciência, construção humana "externa e interna", que pode ser vista, sentida, elaborada, inventada e analisada. Ao explorar a paisagem sob duas dimensões concomitantemente - paisagem arte e paisagem geográfica - teve de utilizar estratégias metodológicas que partissem de princípios híbridos e interdisciplinares, mas que fundamentalmente estivessem sob o amparo teórico da Geografia Cultural. As paisagens, sob este enfoque, foram estudadas como fontes para o entendimento da experiência sensível humana e de sua percepção, assim como para a produção científica. Isto significa que esta análise de paisagens não se esgotou na descrição de suas características materiais, sendo ao mesmo tempo, substância e objeto histórico, artístico, cultural, científico e filosófico e, por isso mesmo, uma forma simbólica que pôde ser decifrada e desvendada - geográfica e artisticamente. Esta compreensão das representações da paisagem se deu pelo viés da interpretação iconológica e a partir da paisagem geográfica como um dado objetivo, conforme os estudos da Geografia Física. Desta forma, utilizou os termos Topografia Iconológica e Iconologia Topográfica como referências diretas e poéticas à Geografia e à Arte. A concepção adotada aqui foi aquela que imbricou autores e pesquisadores de diferentes áreas, não abrindo mão de uma abordagem sócio-antropológica e de um viés psicossocial - entendendo, desta forma, a Geografia também como uma ciência social. Palavras-Chave: Geografia. Arte. Paisagem. Alfredo Andersen. Litoral do Paraná. Topografia Iconológica. Iconologia Topográfica

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