Avaliação do tamanho de parcelas e intensidades de amostragem para a estimativa de estoque e estrutura horizontal em um fragmento de Floresta Ombrófila Mista
Orientador : Prof. Dr. Sebastião do Amaral MachadoCoorientadores: Prof. Dr. Afonso Figueiredo Filho, Prof. Dr. Sylvio Péllico NetoÁrea de concentração: Manejo florestalDissertação (mestrado) - Universidade Federal do Paraná, Setor de Ciências Agrárias, Programa de Pós-Graduação em Engenharia Florestal. Defesa: Curitiba, 30/05/2011Bibliografia: fls. 93-98O emprego da técnica de amostragem em inventários florestais se ocupa em gerar informações para o conhecimento dos resursos naturais de forma a subsidiar a tomada de decisões dos gestores, tanto na esfera pública quanto privada. Tendo em vista a importância da informação gerada pela aplicação da técnica de amostragem, esta pesquisa foi concebida com o objetivo de avaliar a influência de diferentes tamanhos de parcelas e intensidades amostrais na estimativa do estoque e parâmetros fitossociológicos. A área estudada, corresponde a um remanescente de Floresta Ombrófila Mista de 15,2 ha, localizado no Campus III – Jardim Botânico da Universidade Federal do Paraná. Para a realização da pesquisa, a abordagem metodológica adotada consistiu, inicialmente, no georreferenciamento da área de estudo e na realização do censo de todas as árvores com DAP superior a 10 cm. Todos os dados obtidos nessa etapa foram incluídos em um geodatabase. Após essa etapa foram definidos 20 variações de amostragem de área fixa com objetivo de realizar as simulações de inventário, considerando a combinação dos diferentes tamanhos de parcelas definidos (200m², 400m², 500m² e 1000m²) com as diferentes intensidades de amostragem (2%, 5%, 10% e 15%). Os resultados obtidos revelaram que existem nesta área 121 espécies florestais, distribuídas em 47 famílias e 80 gêneros, sendo que a família predominante em termos de diversidade de espécies é Myrtaceae. A área basal média por hectare para a floresta é de 22,05m²/ha e o número médio de árvores é de 601N/ha. Ao comparar os resultados obtidos pela enumeração completa, com os obtidos pelas simulações de amostragem foi possível observar que, ao considerar a floresta como um todo, os resultados gerados pela técnica de amostragem são bastante confiáveis. Entretanto, ao avaliar o resultado em nível de espécie, observou-se que esses apresentam um viés acentuado em relação ao valor paramétrico. De modo geral, o aumento da intensidade amostral apresentou estreita relação com a melhoria das estimativas por espécie. No entanto, verificou-se que ao utilizar parcelas de 200m² o coeficiente de variação, para a variável de interesse apresenta valor mais alto, ao contrário do que ocorre em parcelas de tamanhos maiores. Parcelas de 1000m² tendem a captar de forma mais precisa a variação da distribuição espacial da variável de interesse, produzindo resultados mais confiáveis do que ao utilizar parcelas de 200m², sob uma mesma intensidade de amostragem. Além disso, para a estimativa do valor de cobertura em nível de espécie, parcelas de 1000m² demonstraram ser mais precisas em detrimento das de menor tamanho. Os resultados obtidos corroboram a hipótese de que para a estimativa do estoque e de índices fitossociológicos, parcelas maiores apresentam um melhor desempenho, principalmente para spécies com grande representatividade dentro da floresta. A única situação onde a utilização de parcelas menores pode apresentar melhor desempenho é para os estimadores de espécies raras (menos de um indivíduo por hectare). Com base no exposto, é recomendável que, para a estimativa do estoque e de índices fitossociológicos, sejam utilizadas parcelas de pelo menos 1000m² e intensidade amostral tão grande quanto os recursos de tempo e dinheiro disponíveis permitirem. Palavras-chave: Inventário florestal, método de amostragem, precisão, fitossociologia, distribuição espacial, distribuição diamétrica.The use of sampling techniques in forest inventories generates information regarding natural resources, contributing to the decision making of managers in the public and private spheres. Considering the importance of information generated by the use of sampling techniques, the objective of this study was to assess the influence of different plot sizes and sampling intensities to estimate the stock and phytosociological parameters. The studied area corresponds to a Mixed Omb ophylous Forest remnant, of 15.2 ha, located in the Campus III – Jardim Botânico, which belongs to the Federal University of Paraná. The methodological approach of this study consisted initially of the georeferencing of the study area and a census, of all trees with breast height diameter (DBH) greater than 10 cm. The collected data were included in a geodatabase. After this step 20 sampling variations of fixed area were defined to perform the inventory simulations. This process considered the combination of different plot sizes (200sq.m, 400sq.m, 500sq.m and 1000sq.m) with different sampling intensities (2%, 5%, 10% and 15%). The results indicated that the area contains 121 tree species, distributed in 47 families and 80 genera. In terms of species diversity the predominant family is Myrtaceae. The average forest basal area is 22.05sq.m/ha and the average number of trees is 601N/ha. The comparison of the census results with those obtained through the sampling simulations indicated that the sampling technique is quite reliable when the forest is considered as a whole. However, when the results are evaluated at the species level, they show a strong deviation in relation to the parametric value. In general an increase in sampling intensity provided an improvement of the estimations at species level. However it was observed that for plots of 200sq.m the variable of interest presented a highest value. The opposite was observed in larger plots. Plots of 1000sq.m tend to capture more accurately the variation of the spatial distribution of the variable of interest. Thus the obtained results are more eliable than those from 200sq.m plots with the same sampling intensity. In addition, plots of 1000sq.m were more precise for the estimation of the species cover index. The results corroborate with the hypothesis that to estimate the stock of a forest and phytosociological indexes larger plots present a better performance, particularly for species of great representativity in the forest. The only situation in which smaller plots might perform better is to estimate indexes related to rare species (less than one individual per hectare). Based on this it is recommended that for estimations regarding stock and phytosociological indexes, plots of at least 1000sq.m should be used and a sampling intensity as high as time and financial resources allow