Bioecologia e infestação da Lagarta do girassol, Chlosyne Lacinia Saundersii (Doubleday & Hewitson) (Lepidoptera: Nymphalidae), em plantas hospedeiras e genótipos de girassol

Abstract

Resumo: O Girassol (Helianthus annuus L.) (Asteracea) constitui a segunda cultura produtora de óleo comestível do mundo. No Brasil, a maior parte do território está apta ao seu cultivo, apresenta ainda a vantagem de poder ser plantada em sucessão à cultura principal, na seca, devido tanto ao seu ciclo relativamente curto como à sua pouca sensibilidade ao frio e a seca, chegando, dessa forma, à indústria de extração numa época em que esta se encontra carente de matéria-prima para o processamento. Paralelamente ao crescimento da cultura do girassol, diversos problemas ocorrem na produtividade, destacando-se os insetos, como os coleópteros, pentatomídeos e lepidópteros destacando a lagarta do girassol Chlosyne lacinia saundersii Doubleday & Hewitson (1849) (Lepidoptera: Nymphalidae). Visando aprimorar estudos relacionados a esta lagarta, foram realizado estudos relativos à bioecologia e estrutura genética de suas populações, em oito estados brasileiros (RS, PR, MS, SP, DF, MG, BA e RO) mediante a técnica de RAPD. Insetos da região Sul e Centro-Oeste (Santa Maria, Londrina e Dourados) foram geneticamente próximas (Dice = 0,76), quanto comparadas com as populações de Vilhena, Uberaba, Barreiras e Ribeirão Preto. A maior dissimilaridade genética (Dice = 0,71-0,74) foi observado entre as populações de Vilhena e Uberaba, e a maior heterogeneidade ocorreu na população de Vilhena. Os índices de fluxo gênico (m) variaram de 0,9 entre as populações de Londrina e Ribeirão Preto, até 6,7 entre as populações de Vilhena e Uberaba e a estimativa entre todas as populações foi de 1,1. Além da extensa área de ocorrência desse inseto, o mesmo também é encontrado em diversas plantas hospedeiras . No intuito de aprofundar maiores conhecimentos nessa área, também foi realizado testes de preferência desse lepidóptero em diferentes plantas hospederias: Parthenium hysterophorus (Família), Acanthospermum hispidum (Família),, Bidens pilosa (Família),, Galinsoga ciliata (Família),, Tridax procuben (Família), Glycine max (Família),, Senecio brasiliensis, Emilia sonchifolia(Família) e Sonchus oleraceus (Família). Parthenium hysterophorus destacou-se tanto na ausência do girassol (1º época), como na presença do girassol (2º época) como a planta hospedeira preferencial dos adultos (1,81 e 2,05 indivíduos/planta respectivamente), oviposição (1,40 e 0,70 massas de ovos/planta) e número de lagartas/planta (118,60 e 68,80). Dessa maneira, as plantas hospedeiras pré selecionadas no teste de preferência foram submetidas a um estudo de aspecto biológico e fisiológico para avaliar o efeito dessas plantas no crescimento, consumo alimentar, eficiência na assimilação e onversão dos alimentos ingeridos e digeridos em biomassa da lagarta do girassol. Constatou-se que a maior mortalidade ocorreu para T. procubens, seguida por aquelas que se alimentaram de folhas de G. ciliata, no 3º e 7º instares respectivamente. Houve efeito significativo dos tratamentos , nos pesos iniciais das lagartas de 3º ínstar, peso de pupa, peso de dieta consumida, peso de fezes e tempo de alimentação. Em relação aos genótipos testados, observou-se que não houve diferença significativa de infestação da lagarta para a primeira época de plantio (setembro), nos três anos de avaliação (2006, 2007 e 2008), em função da baixa ocorrência do inseto. Já para a segunda época de plantio (dezembro), no primeiro ano de avaliação, os tratamentos distribuíram-se no intervalo de 37,7% (AGUARÁ3) a 75,2% (CATISSOL01) de plantas atacadas. No segundo ano, essa infestação foi menor, ficando entre 25% (AGUARÁ3) a 63,5% (CATISSOL01), e no último ano foi de 37,7% (AGUARÁ3) a 64,7% (MG50)

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