Caracterização molecular de genes de virulencia de isolados clínicos de Helicobacter pylori e determinação da atividade antimicrobiana in vitro de diferentes fitoterápicos utilizados na medicina popular brasileira

Abstract

Resumo: A infecção por H. pylori está associada com o desenvolvimento de diversas desordens clínicas do trato gastrointestinal superior, como gastrite, doença ulcerosa péptica e câncer gástrico. Há séculos medicamentos baseados em plantas têm sido usados no tratamento de uma variedade de infecções, inclusive em desordens gastrointestinais, e vários produtos naturais têm demonstrado atividade antimicrobiana frente ao Helicobacter pylori. O presente trabalho avaliou a atividade antimicrobiana in vitro dos extratos fluídos de algumas plantas utilizadas na medicina popular brasileira, como Malva sylvestris, Chamomilla recutita, Maytenus ilicifolia, Plantago major, Rheum rhaponticum, Bixa orellana, Curcuma longa, Nasturtium officinale e Ilex paraguariensis, contra isolados clínicos de Helicobacter pylori. Paralelamente foi determinada a prevalência do microrganismo nos pacientes atendidos no Serviço de Endoscopia Digestiva do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná (HC-UFPR), na cidade de Curitiba-PR e pesquisada a presença de genes de virulência a partir do DNA extraído das amostras clínicas. Das 81 amostras de biópsias gástricas analisadas, 42 (51,2%) apresentaram cultura positiva para H. pylori. Foi observado que a prevalência do microrganismo aumentou significativamente de acordo com a idade (p < 0,0003): 20-29 anos 25% (2/8); 30-49 anos 51,7% (15/29); 50-80 anos 56,8% (25/44) e nenhuma diferença significativa relacionada ao sexo foi encontrada (p=0,9526). Entre os genes de virulência pesquisados, o gene napA esteve presente em 100% das amostras analisadas e o gene cagA, em 92,3%. Para a associação dos alelos s e m do gene vacA, obteve-se porcentagens de 56,2 %, 2,1%, 2,1% e 39,6% para os genótipos s1m1, s1m2, s2m1 e s2m2, respectivamente. Dos extratos vegetais analisados, o de Ilex paraguariensis apresentou melhor atividade anti-Helicobacter pylori, seguido da Chamomilla recutita. Estudos clínicos posteriores são necessários para confirmar a atividade anti-Helicobacter in vivo destes extratos

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