Resumo: A ingestão de alimentos obedece a fatores intrínsecos e extrínsecos ao animal, apresentando ainda complexa interação entre estes. Embora os cães possuam a capacidade de ingerir a quantidade necessária para satisfazer sua demanda energética diária, a regulação do consumo é afetada quando ofertado um alimento altamente palatável. Considerando a necessidade de se avaliar tais fatores e aplicá-los na prática, o presente estudo teve por objetivo determinar um protocolo para ensaios de preferência alimentar em cães. Para isso, foram realizados dois experimentos: 1) avaliando a diferença entre raças (Beagle, Labrador, Husky Siberiano e Basset Hound) quanto à concordância para seleção entre dois alimentos e para concisão na escolha, por meio da Razão de Ingestão (RI) de cada dieta. Houve diferença entre raças em termos de concisão da escolha e de concordância entre os alimentos, sendo que, dependendo do objetivo do teste, algumas combinações são mais eficientes do que outras, podendo apresentar resultados mais confiáveis; 2) avaliando três protocolos tendo como fonte de variação número de animais utilizados e dias de avaliação, sendo 32 cães avaliados por um dia (P32); 16 cães avaliados por dois dias (P16); 8 cães avaliados por quatro dias (P8), mensurados por meio da RI e da primeira escolha. Houve diferença entre os protocolos para RI, sendo que P16 demonstrou preferência pela dieta A, enquanto que o P32 e o P8 não presentaram preferência por uma das dietas. Os protocolos não deferiram entre si para primeira escolha. Desta forma, conclui-se que, para ensaios de preferência alimentar, a combinação das raças a serem utilizadas deve ser determinada conforme o objetivo do teste, e o ideal é a utilização de 16 cães por dois dias