Termogênese induzida pela dieta : revisão

Abstract

Monografia (Bacharelado em Nutrição)— Universidade de Brasília, Brasília, 2015.Introdução: Os processos de digestão, absorção e utilização dos nutrientes requerem que o organismo gaste certa quantidade de energia. Quando há a ingestão de alimentos, a produção de calor pelo corpo aumenta para valores acima dos níveis basais. Essa energia gasta é chamada de Termogênese Induzida pela Dieta ou Efeito Térmico dos Alimentos, sendo mais conhecida antigamente como Ação Dinâmica Específica. A Termogênese Induzida pela Dieta representa cerca de 10% do gasto energético diário total. Objetivo: Realizar estudo de revisão sobre elementos relacionados à termogênese induzida pela dieta. Metodologia: Para a elaboração da presente revisão utilizou-se o método de levantamento de dados bibliográficos que incluiu consultas em livros e em bancos de dados nacionais e internacionais disponíveis na Internet, como Google Acadêmico, Scientific Electronic Library Online (Scielo), Lilacs e Pubmed. Resultados e Discussão: Na maioria dos estudos a termogênese induzida pela dieta (TID) é determinada pela diferença entre o gasto energético total pós-prandial e a taxa metabólica de repouso no estado de jejum imediatamente antes da ingestão de uma refeição. A composição de macronutrientes da dieta pode influenciar diretamente o equilíbrio energético, sendo que a termogênese induzida pela dieta pode apresentar resultados diferentes dependendo da distribuição de carboidratos, proteínas e lipídios. Foi observado em vários estudos que a proteína é considerada o macronutriente com maior poder termogênico (cerca de 20 a 30%), seguida pelos carboidratos (5 a 10%) e depois os lipídios (0 a 3%). Dentre as razões que justificam as proteínas como mais termogênicas estão o aumento da síntese proteica, o gasto de ATP para a síntese de ligações peptídicas, além da associação com outros elementos do turnover proteico. Além disso, as proteínas também apresentam um efeito na saciedade, que provavelmente está relacionado às alterações fisiológicas que ocorrem após a ingestão desse nutriente, sendo que a alta concentração de aminoácidos na corrente sanguínea promove a liberação de insulina e de hormônios anorexígenos (inibidores do apetite), que agem na saciedade. Com relação à termogênese de carboidratos e lipídios, os resultados dos estudos ainda são controversos. Alguns estudos mostram que dietas hiperglicídicas têm um maior poder termogênico que as dietas hiperlipídicas. Porém, outros mostram que não há diferença significativa entre TID dessas duas dietas. Uma das razões para tais diferenças está a variabilidade dos protocolos entre os estudos, como no tempo de duração das mensurações da TID, tamanho, composição e distribuição de macronutrientes das refeições, dentre outros. Conclusão: Muitos estudos mostram que a proteína é o macronutriente que leva a uma maior termogênese induzida pela dieta. A escolha de determinados tipos de macronutrientes na alimentação pode auxiliar o indivíduo a ter um maior gasto calórico, o que pode contribuir para uma possível perda ponderal. Ainda não é bem definido se a utilização de dietas hiperproteicas podem levar a efeitos adversos, como um aumento no risco do desenvolvimento de pedras nos rins e alterações no metabolismo do cálcio. Com isso, a sua utilização deve ser feita com cautela, principalmente em indivíduos de risco

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