Monografia (especialização)—Universidade de Brasília, Instituto de Psicologia, 2011.Neste trabalho é realizada a Clínica do Trabalho com trabalhadores que exercem a função gerencial, na área de taquigrafia, em uma organização brasileira, na abordagem da clínica do trabalho. Foram analisadas as dimensões da organização do trabalho, a mobilização subjetiva, o sofrimento, as defesas e as patologias vivenciadas pelos gerentes. Participou da experiência um grupo composto por oito gerentes da Unidade de Taquigrafia, que coordenam o trabalho dos profissionais de taquigrafia parlamentar, em uma Instituição Pública Federal. Foram realizadas nove sessões coletivas com duração de uma hora e meia, uma vez por semana, no local de trabalho. Os dados foram gravados e agrupados nas categorias propostas pela análise psicodinâmica do trabalho. Concluiu-se que os gerentes estão submetidos a uma organização do trabalho centrada na busca da produtividade e excelência da prestação dos serviços. A organização do trabalho é geradora de sofrimento e prazer. Não há espaço para a subversão do trabalho prescrito e flexibilidade no modo de realizar as tarefas. Há espaço de negociação para solucionar os problemas advindos do real do trabalho, permitindo que o Gerente coloque a criatividade e subjetividade para lidar com a realidade imposta pela organização. A possibilidade de enfrentar as imposições e pressões do trabalho dá espaço às vivências de prazer, que é intensificada pelo reconhecimento no trabalho. A experiência da clínica foi prejudicada pela confluência de um conjunto de variáveis, no entanto, a pesquisa apresenta avanços no estudo da psicodinâmica do trabalho na função gerencial, ao mesmo tempo aponta a necessidade de realizar estudos futuros no que se refere: 1. ao impacto do envolvimento dos trabalhadores e o contexto institucional na clínica do trabalho; 2. à ampliação do estudo em diferentes amostras; 3. ao papel da psicodinâmica do trabalho gerencial no processo de manutenção da Organização do Trabalho contemporânea; 4. à vulnerabilidade da função gerencial e a defesa da servidão voluntária; 5. ao impacto da dimensão sócio-histórica na psicodinâmica da função gerencial e sua influência no processo de aceitação/ manutenção de modelos de gestão organizacional com foco na produtividade. _______________________________________________________________________________ ABSTRACTIn this work the Clinical Work with employees who exercise managerial function in the area of shorthand in a Brazilian organization, the approach to clinical work. We analyzed the dimensions of work organization, mobilization subjective, suffering, defenses and conditions experienced by managers. Participated in the experiment a group of eight managers, which coordinates the work of parliamentary shorthand professionals, in a federal public institution. Conferences were held nine sessions lasting an hour and a half once a week at work. Data were recorded and grouped into the categories proposed by psychodynamic analysis of the work. It was concluded that managers are subject to a labor organization centered on the pursuit of productivity and excellence in service delivery. The organization of work generates suffering and pleasure. There is no room for subversion of the prescribed work and flexibility in the way of doing things. There is room for negotiation to solve the problems arising from real work, allowing the manager to put creativity and subjectivity to deal with the reality imposed by the organization. The possibility of facing the demands and pressures of work gives way to experiences of pleasure, which is intensified by the recognition in the workplace. The experience of the clinic has been hampered by the confluence of a set of variables, however, the study presents advances in the study of the psychodynamics of work in managerial capacity, while pointing the need for future studies regarding: 1. the impact of employee involvement and institutional context in clinical work; 2. the expansion of the study in different samples; 3. the role of the psychodynamics of managerial work in the maintenance of contemporary work organization; 4. the vulnerability of the managerial function and the defense of voluntary servitude; 5. the impact of socio-historical on psychodynamics of managerial role and its influence in the acceptance / maintenance of models of organizational management with a focus on productivity