Efeito antinociceptivo do tratamento oral com o alcaloide aporfínico estefalagina: envolvimento de receptores TRPs

Abstract

Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação)Condições dolorosas agudas e crônicas ainda são de difícil tratamento e a busca por novas estratégias terapêuticas a partir do estudo de produtos de origem natural mostra-se como uma boa alternativa, pois são utilizados no tratamento de diversas doenças e são considerados importantes fontes de investigação de novos fármacos. Produtos naturais, entre eles alcaloides, possuem um grande potencial analgésico. Neste sentido, um estudo recente demonstrou que um alcaloide aporfínico apresentava efeitos analgésicos por interagir com Receptores de Potencial Transitório (TRPs), em especial os TRPV1 (vanilóide) e TRPA1 (anquirina). Os canais TRPV1 e TRPA1 são receptores polimodais que respondem a diferentes estímulos, são expressos em células não neuronais e neurônios sensoriais periféricos, e sua ativação está envolvida com a modulação de dor e inflamação. Assim, o presente trabalho avaliou o possível efeito antinociceptivo de um novo alcaloide aporfínico, a estefalagina, isolado da Annona crassiflora Mart, e sua possível interação com receptores TRP em camundongos. Para tanto, os animais foram submetidos a uma injeção intra-plantar (20 uL) do agonista TRPV1 capsaicina (1,6 µg), ou do agonista TRPA1 cinamaldeído (1,3 µg), ou de formalina (2,5%), e tratados ou não com a estefalagina (1 mg/kg, via oral, 1 h antes das injeções i.pl.). Os animais foram observados quanto ao desenvolvimento de respostas nociceptivas (lambida de pata). Além disso, foi realizado um ensaio de influxo de Ca estimulado pela aplicação de capsaicina, em amostras de sinaptossoma de medula espinhal tratados ou não com estefalagina. Foi observado que o tratamento com a estefalagina é capaz de reduzir a nocicepção causada pela administração i.pl. dos agonistas dos receptores TRPA1 e TRPV1, e ainda da formalina. Foi observado ainda que a estefalagina é capaz de reduzir o influxo de Ca++ induzido pela aplicação de capsaicina. Os resultados sugerem que a estefalagina possa ser promissora para desenvolvimento de novas drogas analgésicas, e sua possível interação com receptores TRP deve ser melhor investigada

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