No Singular (2012): dança contemporânea ou ferramenta de um projeto modernizador?

Abstract

CNPq - Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e TecnológicoTrabalho de Conclusão de Curso (Graduação)Nesse trabalho temos como objetivo central a compreensão contextual do registro fílmico do Espetáculo No Singular (2012) da Quasar Cia. de Dança. Assim, iniciamos o levantamento de materiais, principalmente áudio visual, para realização da pesquisa. Juntamente com esse material, fui orientado a iniciar as leituras sobre história da dança e de quem já tivesse percorrido caminhos próximos ao meu. O primeiro trabalho que tive contato foi a dissertação de mestrado de Daniela de Sousa Reis, Representações de Brasilidade nos Trabalhos do Grupo Corpo: (Des)construção da Obra Coreográfica 21 (2005). A partir desse trabalho, comecei a delinear, mais ou menos, meu ambiente de pesquisa, agora consciente que esse tipo de estudo faz parte do que chamamos História Cultural. Comecei então a leitura de obras de autores que faziam parte dessa linha de pesquisa, principalmente Roger Chartier, através do livro A História Cultural: Entre Práticas e Representações (2002). Através do trabalho de Daniela Reis, também tive contato com Michel de Certeau. Em A Escrita da história (1982), Certeau alerta para a necessidade da diversificação de fontes em trabalhos historiográficos, o que logo foi possível articular com a leitura de Canibalismo dos Fracos: Cinema e História do Brasil (2002), de Alcides Freire Ramos, e Vianinha: um Dramaturgo no Coração de seu Tempo (1999), de Rosangela Patriota. Tanto Ramos quanto Patriota nos fornece uma metodologia de pesquisa ao enfrentarmos documentos produzidos sobre a obra que estamos estudando. Nesse sentido, é possível perceber que reportagens de jornais e crítica especializada podem funcionar como artigos que auxiliam a recepção por parte do público e, ao mesmo tempo, são capazes de criar significados sobre determinada obra. Ambos os historiadores têm como fundamentação o teórico Roland Barthes. Barthes em seu ensaio O Que é a Crítica (2007), estabelece alguns fundamentes que definem o ofício da crítica, e, a partir de então, foi possível identificar a diferença entre um texto crítico e uma reportagem de divulgação, bem como a possibilidade de ambos terem projetos políticos e artísticos não explicitamente declarados que devem ser identificados pelo pesquisador. Não obstante essas questões teóricas, tínhamos em mente, também, outro problema. Sabíamos que não estávamos lidando com a obra encenada, mas sim com o registro fílmico de sua apresentação e, portanto, precisaríamos de algumas ferramentas para estabelecer as particularidades desse objeto. Walter Benjamin foi o primeiro teórico que tivemos contato, pois, em A Obra de Arte na Era de Sua Reprodutibilidade Técnica (1936), nos é apontado algumas mudanças nas relações do homem com a arte, a partir do desenvolvimento técnico de aparelhos capazes de reproduzir a arte. Também nos concentramos no texto de Ciro Flamarion Cardoso e Ana Maria Mauad, “História e Imagem: os Exemplos da Fotografia e do Cinema” (1997), que explicita as diversas possibilidades de interação entre as imagens e a própria linguagem fílmica no cinema. Por fim, nos detivemos em uma breve discussão sobre o conceito de dança contemporânea tão caro ao campo teórico da dança. Nesse sentido, mobilizamos opiniões diversas sobre o conceito que consta nas obras escritas por Antônio José Faro, Hannelore Falbusch e Claudia Goés Muller

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