Introdução: A participação popular em corridas de rua, no Brasil, é
numericamente expressiva e crescente ao longo do tempo. A sobrecarga do
treinamento de corredores regulares pode envolver aumento no risco de lesões
associadas à corrida. Assim, é importante avaliar a proporção de ocorrência de
lesões entre corredores de rua. Objetivos: verificar a proporção de lesões
músculo-esqueléticas, suas características e fatores de risco associados, em
corredores de rua, na cidade de Brasília – Distrito Federal. Métodos: Foram
avaliados 352 corredores de rua, com volume de treino semanal individual de
pelo menos 40 km, realizados, no mínimo, há um ano. Participaram 276
homens (78,4%) e 76 mulheres (21,6%), com idade mediana (extremos) de 40
(18 – 72) anos e IMC de 22,9 (16,6 – 31,8) kg/m2. Os voluntários foram
selecionados por conveniência, em locais de treino ou em dias de competição,
por meio de um inquérito de morbidade referida, aplicado de janeiro a
abril/2009. Calcularam-se as ocorrências absolutas e relativas de lesões, de
fatores de risco associados e dos locais anatômicos acometidos. A gravidade
da lesão foi avaliada pelo tempo de afastamento. Empregou-se estatística nãoparamétrica,
ao nível de significância de 5%. A comparação das proporções de
ocorrência foi testada pelo teste de qui-quadrado. Resultados: Dos 352
corredores avaliados, 196 (55,7%) relataram terem sofrido lesão associada à
corrida. Foi encontrada associação entre a ocorrência de lesão e as variáveis
volume de treinamento e tempo de prática. Os locais anatômicos mais
acometidos foram: o joelho, com incidência de 80 (27,7%), a perna, com 77
(26,7%) e o pé, com 73 (25,3%). O tempo de afastamento mediano (extremos)
em decorrência da lesão foi de 60 dias (7 – 1825). Desses 149 voluntários em
que a lesão levou ao afastamento da prática, 4 (2,7%) tiveram lesões leves, 29
(19,5%) lesões moderadas e 116 (77,9) lesões graves. Conclusão: Identificouse
uma alta proporção de lesões músculo-esqueléticas em corredores de rua
de Brasília, onde foi observada uma diferença de proporção significativa nas
variáveis “volume de treinamento semanal” e “tempo de prática de corrida”