A língua é um instrumento de poder e, por isso, está cheia de elementos que
representam a ideologia da maioria, sobretudo quando nos referimos à identidade
feminina. A utilização de um termo masculino como forma genérica para se referir a
toda uma espécie pode ser uma demonstração clara do poder que a língua pode
exercer. Independentemente do número de pessoas do sexo feminino em um
ambiente qualquer, preferimos a forma masculina, com a justificativa de que o
feminino está contido nesta última. Com o resultado da eleição presidencial de 2010,
onde Dilma Rousseff saiu vitoriosa, surgiu um dilema: utilizar ou não o feminino da
palavra Presidente, que se classifica gramaticalmente como substantivo comum de
dois gêneros, ou seja, a diferença entre os gêneros é marcada apenas pela
substituição do artigo que precede o substantivo. A discussão é bastante
controversa, pois nem mesmo os linguistas ou gramáticos chegaram a um acordo.
Alguns acreditam que a palavra presidente deveria continuar seguindo a regra dos
substantivos comum de dois gêneros, enquanto outra corrente defende que, pela
especificidade do cargo, a primeira eleição da uma mulher para o cargo máximo do
executivo, é mais do que justo a utilização da forma feminina para o nome. Ademais,
eles se utilizam de leis, com a LEI Nº 12.605, de 3 de abril de 2012 para justificar a
utilização da palavra em sua forma feminina