Inclusão x formação de professor

Abstract

Uma nova perspectiva surge no sistema educacional: a inclusão, que contempla a construção de uma sociedade não excludente em que a diversidade é respeitada. Na declaração de Salamanca (1884), “inclusão e participação são essenciais à dignidade humana e ao gozo e exercício dos direitos humanos. No campo da educação, tal se reflete no desenvolvimento de estratégias que procuram proporcionar uma equalização genuína de oportunidades”. Assim sendo, é importante que haja ressignificação da formação de professores para o desenvolvimento de culturas, políticas e práticas de inclusão. O presente trabalho teve como objetivo investigar as deficiências na capacitação dos profissionais de educação com relação à orientação inclusiva para os alunos com necessidades educacionais especiais. A pesquisa evidenciou-se por meio de uma abordagem qualitativa, onde os sujeitos não são concebidos como seres passivos e sim como sujeitos históricos possuidores de constituição subjetiva construída a partir da inserção em determinado contexto social e segundo suas singularidades. Conforme Lüdke e André (1986) a “pesquisa qualitativa supõe o contato direto e prolongado do pesquisador com o ambiente e a situação que está sendo investigada, via de regra através do trabalho intensivo de campo”. A pesquisa realizou-se em uma escola pública de ensino fundamental do Distrito Federal. Essa escola é de ensino regular com turmas de inclusão. Os sujeitos da pesquisa foram: professor regente, diretor, coordenador pedagógico e aluno. Foram aplicados os seguintes instrumentos: análise documental, observação participante e entrevistas semi-estruturadas. Os resultados foram organizados em três categorias de análise: inclusão, mediação e formação de professores. Nesta escola, a inclusão não acontece, pois não há recursos físicos, administrativos e pedagógicos necessários para atender os alunos com necessidades educacionais especiais. A mediação é evidenciada, pois professores e alunos produzem conhecimento em interação, num diálogo coletivo que oportuniza uma aprendizagem significativa. A escola não se reconhece como espaço de formação para professores, as coordenações coletivas não favorecem estudos que gerem movimentos de busca e de renovação por novas teorias e novas práticas. As categorias apontam pontos positivos e negativos, sendo que na escola pesquisada, os pontos negativos sobressaem-se sobre os positivos. A análise dos resultados remete à conclusão de que há um longo caminho a ser percorrido, pois a inclusão ainda encontra-se em processo de construção e a deficiência na formação dos professores dificulta e até mesmo, inviabiliza esse processo. Entretanto a mediação se efetiva num processo dinâmico e coletivo que se dá na interação professor-aluno-meio

    Similar works