Cerca de 2 bilhões de pessoas vivem em áreas onde é possível a transmissão
da dengue. O número de casos é estimado entre 50 e 100 milhões por ano. No
Brasil, a explosão demográfica e a conseqüente deterioriação dos sistemas de
saneamento básico, vigilância epidemiológica e informação, fizeram aumentar
a incidência da dengue nos anos 90, e atualmente, até o mês de fevereiro deste
ano, o número de casos já era de 212.890. A dengue é uma virose cujo agente
etiológico possui quatro sorotipos antigenicamente distintos: DEN-1, DEN-2,
DEN-3 e DEN-4. É transmitida, quando o mosquito da espécie Aedes aegypti
infectado pelo vírus pica um ser humano e este passa a apresentar um quadro
clínico que pode variar desde a forma clássica benigna, até a forma
hemorrágica, que se não for tratada adequadamente pode levar ao choque e ao
óbito. O diagnóstico precoce da doença é de difícil determinação, pois seus
primeiros sintomas muitas vezes se confundem com os de outras doenças
febris e exantemáticas. Desta forma, o controle da dengue deve se basear na
investigação de casos, confirmação laboratorial dos mesmos, vigilância das
formas clínicas e combate ao vetor. É preciso que o governo, as autoridades
de saúde e a população unam esforços no combate ao Aedes aegypti como
forma de prevenção de grandes epidemias. Esta revisão tem como propósitos
apresentar o histórico da doença e sua distribuição, principalmente no Brasil,
os fatores condicionantes da sua transmissão, as formas de apresentação do
quadro clínico e diagnóstico, bem como apontar as medidas de prevenção e
controle disponíveis