research

Reflexões acerca das relações entre os estudos internacionais de avaliação das aprendizagens e as políticas educativas

Abstract

Os estudos internacionais de avaliação das aprendizagens dos alunos têm vindo a ganhar uma importância e uma notoriedade crescentes a partir dos anos 80 do passado século. Em particular, houve um claro incremento destes estudos com o Third International Mathematics and Science Study (TIMSS) da International Association for the Evaluation of Educational Achievement (IEA), em meados dos anos 90, e o Programme for International Student Assessment (PISA) da Organisation for Economic Cooperation and Development (OECD), na primeira década deste século. Pelo menos três razões podem justificar este facto. As sociedades de hoje são bem mais interdependentes dos pontos de vista económico, social, político e tecnológico, são mais abertas e as pessoas têm uma capacidade muito maior de mobilidade. As sociedades são mais multiculturais, mais competitivas e mais exigentes a todos os níveis. Os sistemas educativos confrontam-se com populações de estudantes que nada têm a ver com as populações, essencialmente homogéneas, de há 30 ou 40 anos atrás. O incremento de estudos de avaliação terá um pouco a ver com tudo isto, pois os países precisam que os seus sistemas educativos respondam melhor às necessidades de formação, às legítimas aspirações e às motivações dos jovens, assim como aos desafios da competitividade, da mobilidade e de uma variedade de interdependências (e.g., económica, tecnológica, cultural, científica). Os decisores políticos começaram a interessar-se pela avaliação em geral, pressionados pelas exigências do mundo da economia, pelos meios de comunicação social e pelos próprios cidadãos, através das suas organizações cívicas e culturais, que, cada vez mais, querem saber se os serviços públicos de educação, de saúde ou de justiça, prestam o serviço que são supostos prestar. Ou seja, a grande maioria dos países a nível mundial tem vindo a investir muito significativamente no desenvolvimento de uma diversidade de processos de avaliação externa (e.g., exames nacionais; avaliações do tipo das provas aferidas; avaliações internacionais). Os governos, pressionados por uma variedade de intervenientes sociais (e.g., associações empresariais; organizações científicas; associações profissionais; associações de pais), procuram assim garantir, através destas medidas de política, que se saiba o que os alunos aprendem nas escolas. Se o conseguem ou não, e como, é matéria que continua a ser objecto de análise e discussão

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