research

A Escola e a Agenda Digital Europeia. Editorial

Abstract

Numa altura em que o apetrechamento das escolas portuguesas com recursos informáticos atingiu níveis mais consentâneos com a realidade social e a realidade do mundo empresarial, equiparando o nosso País a outros contextos economicamente mais ricos, onde os computadores já há alguns anos entraram de forma significativa nas escolas, ganham cada vez mais acuidade as questões relacionadas com o modo e os objectivos com que as tecnologias digitais são usadas e integradas na actividade regular da Escola e nomeadamente na dos seus principais intervenientes, alunos e professores. Embora os objectivos com que na escola os computadores são utilizados possam ser muito diferenciados e todos eles, naturalmente, defensáveis, parece não haver dúvidas que um denominador comum à utilização das ferramentas digitais é o de contribuir para a qualificação dos alunos, de forma a torná‐los capazes de poderem tirar partido do potencial que essas tecnologias encerram para melhorar a sua qualidade de vida enquanto cidadãos.   Parece ser essa, aliás, a ideia‐chave subjacente a um documento recentemente divulgado pela Comissão Europeia (“Uma Agenda Digital para a Europa”) que explicitamente visa “definir um roteiro que maximize o potencial social e económico das TIC, com destaque para a Internet”, entendidas como “um recurso fundamental da actividade económica e social: para os negócios, para o trabalho, para o lazer, para a comunicação e para a expressão livre das nossas ideias.” Constituindo como que o reafirmar de uma ideia desde há muito defendida de que é indispensável que a matriz da formação do cidadão europeu incorpore um conjunto de competências digitais sem as quais a Europa não conseguirá ser competitiva e líder, a “Agenda Digital Europeia” parece pretender ser sobretudo um documento de referência na área das TIC para os próximos anos, em resultado da análise articulada de diferentes relatórios e documentos que têm vindo a ser produzidos em contexto europeu e que incluem não apenas a análise dos indicadores sobre “competitividade em matéria digital”, mas também um olhar crítico sobre o caminho até agora realizado e a perspectiva dos diferentes stakeholders sobre as “prioridades futuras das TIC”. Apresentada como uma das sete iniciativas emblemáticas da estratégia “Europa 2020”, e com o objectivo explícito de “definir o papel que a utilização das tecnologias da informação e das comunicações (TIC) terá de desempenhar se a Europa quiser ver as suas ambições para 2020 coroadas de sucesso”, parece‐nos fazer sentido tentar perceber qual o papel que, é atribuído aos contextos de educação formal, ou seja, às instituições responsáveis pela educação e pela formaçã

    Similar works