research

Concepções, práticas lectivas e reflexão dos professores de Matemática do 2.º ciclo em relação à calculadora

Abstract

O presente estudo tem por base uma experiência de formação, visando conhecer o modo como os professores do 2.º ciclo integram as calculadoras nas suas práticas profissionais e como pode a formação contínua ajudá-los a reflectir sobre esta questão. A metodologia, de natureza qualitativa e interpretativa, envolve três estudos de caso com recolha de dados por entrevistas e observação em sessões de formação e de supervisão em sala de aula. Os resultados indicam que uma das professoras é muito favorável ao uso da calculadora, sublinhando que esse uso deve ser criterioso, e tem uma prática concordante com estas concepções. Outra professora mostra-se também favorável ao uso da calculadora, mas não o tem feito ultimamente. Finalmente, a terceira professora põe grandes reservas em relação ao seu uso, só o fazendo no final do 6.º ano, quando prepara os alunos para as provas de aferição. Os resultados mostram ainda que existe uma forte relação entre as concepções e práticas das professoras e a sua perspectiva do ensino da Matemática bem como (em dois casos) com a cultura de escola. As sessões de formação, baseadas na partilha e discussão, contribuíram para que as professoras questionassem as suas práticas, levando uma a alterá-las, ajudando outra a consolidar as concepções e práticas relativas ao uso da calculadora e suscitando dúvidas na professora que põe fortes reservas ao seu uso.This study, based on a teacher education experience, seeks to ascertain how basic education teachers (of cycle 2) integrate calculators into their professional practices and how inservice teacher education may help them to reflect on this issue. The methodology was qualitative and interpretive, involving three case studies with data collection through interviews and observation of teacher education and classroom supervision sessions. The results indicate that one of the teachers is very favorable to using the calculator, stressing that such use should be carefully monitored, and has a practice consistent with these conceptions. Another teacher also takes a position in favor of using the calculator, but has not been using it recently. Finally, the third teacher puts great reservations about its use, and only does so at the end of grade 6, when preparing students for national tests. The results also show that there is a strong relation-ship between the conceptions and practices of these teachers and their view of mathematics teaching as well (in two cases) with the culture of school. The teacher education sessions, based on sharing and dis-cussing, contributed to teachers question their practices, leading one of them to change these practices, helping another to further consolidate her conceptions and practices regarding the calculator and raising doubts in the teacher that put strong reservations to its use

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