O principal objectivo da presente comunicação é reflectir, numa perspectiva comparada, sobre a emergência, tanto no Brasil como em Portugal, do movimento escutista, o que aconteceu a partir da segunda década do século XX. Usaremos como fontes de pesquisa alguns exemplares da imprensa de educação e ensino, designadamente ..., no caso brasileiro, e a Revista de Educação Geral e Técnica e a Revista Escolar, no caso português, para além de outras publicações dedicadas ao escutismo. Procuraremos caracterizar os termos do intenso debate que se desenvolveu, em ambos os contextos, sobre o movimento “scout”, designadamente no que se refere às suas finalidades, rituais e práticas educativas, tentando captar a fundamentação dos argumentos favoráveis e contrários ao reconhecimento da sua legitimidade e virtualidades educativas. Daremos uma particular atenção, em ambos os casos, às relações entre o escutismo e os poderes políticos, ao seu eventual carácter militarista e às práticas educativas desenvolvidas tendo em vista a formação integral dos jovens, comparando-as, neste último caso, com as decorrentes do movimento internacional de renovação pedagógica então em fase de afirmação. Procuraremos compreender o escutismo como parte de um projecto mais vasto, com expressão em ambos os contextos, de formação do cidadão tendo por base a sua regeneração moral e o combate aos “vícios” sociais, projecto esse no qual se harmonizam finalidades tendo em vista, simultaneamente, o auto-governo e a regulação social dos indivíduos