thesis

Linguagem comum: um ensaio sobre clichés

Abstract

Tese de mestrado, Teoria da Literatura, Universidade de Lisboa, Faculdade de Letras, 2004Esta tese centra-se na discussão da dualidade da relação que mantemos com os clichés. Por um lado, tendemos a considerá-los exemplos de banalidade e obstáculos à originalidade. Por outro lado, não hesitamos em usá-los quando asseguram a legibilidade dos nossos enunciados e comportamentos. Defender-seá que muito frequentemente a rejeição de clichés corresponde à rejeição da linguagem corrente e que a única alternativa, a existir, seria uma linguagem privada. O resultado só poderia ser o isolamento e a incomunicabilidade, i.e. presumivelmente o contrário daquilo que desejam os que afirmam que a linguagem comum é demasiado restritiva para os seus propósitos. Para além disso, a nossa falta de imunidade aos clichés e o facto de as pessoas se citarem serão apresentados como fazendo parte de pertencer a uma comunidade, cujos membros fazem coisas parecidas, e não como uma limitação. Na base do meu argumento está o conto de Alberto Moravia “Um Jogo”, que pode ser lido como uma parábola sobre clichés.ABSTRACT: This dissertation focuses on the discussion of the twofold way we relate to clichés. On the one hand, we tend to view them as an instance of banality and as an obstacle to originality. On the other hand, we use them unhesitatingly when they assure the legibility of our utterances and behaviour. It will be argued that most frequently the rejection of clichés equates with the rejection of everyday language and that the only alternative, assuming it could exist, would be a private language. The result could only be isolation and incommunicability, i.e. presumably the opposite of what those who claim that ordinary language is too restrictive for their purposes wish. Moreover, our lack of immunity to clichés and the fact that people quote each other will be presented as part of belonging to a certain community, whose members do similar things, and not as a liability. The basis of my argument is Alberto Moravia’s short story “Un Gioco”, which can be read as a parable on clichés

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