Em Portugal, a estatística é um tema recente do currículo, havendo diversas perspectivas para o
seu ensino. Uns, valorizam, sobretudo, os aspectos matemáticos da estatística, outros, dão especial importância
ao seu uso na análise e interpretação de dados, e outros, ainda, realçam o seu papel como linguagem
de descrição da realidade. O presente artigo analisa os objectivos, conteúdos e orientações metodológicas
relativamente a este tema e discute a sua importância curricular. Recorre a uma metodologia de
análise documental, estudando as tendências internacionais e comparando o currículo português com o da
Inglaterra e dos Estados Unidos da América. Esta comparação mostra que o currículo português confere
proeminência aos aspectos matemáticos, nomeadamente os conceitos, cálculos e outros procedimentos e
que o currículo inglês oficial e a organização americana do NCTM colocam em primeiro plano a análise
de dados. Enquanto que, em Portugal, a estatística é vista como um capítulo da matemática, de importância
menor, na Inglaterra e nos Estados Unidos ela é encarada como um tema autónomo que suporta a realização
de investigações sobre problemas actuais. O artigo conclui que currículo português deveria assumir
que a estatística é um elemento fundamental da formação para a cidadania, evitando centrar-se,
sobretudo, nos aspectos representacionais e computacionais