research

Impossible intimacy: discovering the cultural interplay between new and the old worlds in Vladimir Nabokov's Lolita

Abstract

Tese de mestrado em Estudos Anglísticos apresentada à Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, 2008Não foi de toda alietória a escolha da obra Lolita de Vladimir Nabokov como ponto de partida para esta tese. Apesar de ser um livro muito tratado, continua pela sua complexidade a exercer um fascínio imanente sobre os seus leitores. No cerne deste livro encontram-se fundidos séculos de tradição literária, onde são reinventadas velhas fórmulas e conceitos estéticos, com um sentido de humor implacável e inteligente característico de Nabokov. Um dos tópicos primordiais desta obra coincide com a preocupação fundamental desta tese: desvendar a dialéctica entre a Europa e a América representada pelos personagens aparentemente antiéticos Humbert, o erudito cavalheiro europeu, e Lolita, a rude ninfeta americana. Simultaneamente, esta tese busca as ligações culturais entre os dois continentes, tendo como pano de fundo uma época muito agitada o pós-Segunda Guerra Mundial. Um grande número de académicos já anteriormente se debruçou sobre este tópico, em especial Ellen Pifer, que no seu ensaio Nabokov's Novel Offspring argumenta que o nome de Lolita está hoje irreversivelmente ligado à noção de juventude americana sexualizada, enquanto Humbert, por sua vez, é conectado com o langor e nostalgia de uma sociedade europeia em colapso.A questão do abismo intercontinental é recorrentemente associada às diferenças intrínsecas presentes nos dois protagonistas de Lolita. Esta suposição não é de todo desprovida de sentido, afinal os personagens principais deste romance são verdadeiramente díspares a primeira é uma vivaça adolescente americana, enquanto o segundo é um melancólico académico europeu. Assim, estabelece-se um dos pontos-chave que permeará toda esta tese: a relação de contrastes entre Lolita e Humbert, bem como aquilo que Pifer apelidou da divisão entre o mundo das crianças e o mundo dos adultos (85). Tal dialéctica será correlacionada com a fascinação americana pela relação familia

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