Crise et retrait de l'État : aspects de la privatisation au Brésil

Abstract

Paulo Kliass.— Crise e retirada do Estado : aspectos da privatização no Brasil Um número importante de impresas foram privatizadas no Brasil nos anos oitenta. Mas os valores monetários delas resultantes não corresponderam à dimensão esperada. Alem disso, as empresas de maior dimensão só foram vendidas a partir de 1991. Uma primeira etapa desenvolveu-se de 1981 a 1984, tendo o Estado privatizado as empresas que de facto tinham sido " nacionalizadas" (federalizadas) anteriormente atravès de ajudas públicas na forma de participação nos seus capitais. Atravès da revenda, o Estado perdeu assim o dinheiro investido. A privatização devia ter sido lançada pelo " Plano Collor", tendo o novo Presidente feito a sua campanha sobre este tema. Na realidade a resistência cresceu fortemente, nomeadamente no Parlamento e nas administrações. Vinte e três empresas sobre as sessenta propostas foram privatizadas. Mais foi por troca de títulos da dívida publica, compradas com desvalorizações importantes, e portanto sem entrada de dinheiro para o Estado. Após a deposição de Collor, o presidente I. Franco continuou as privatizações — tendo o Estado desta vez angariado benefícios. Mas após um decénio de privatização, a parte mais importante do sector público continua nas mãos do Estado. O paradoxo é que este se obstina na política de privatização no momento em que os grandes Estados desenvolvidos recuam do ultra-liberalismo.Paulo Kliass.— Brazilian State and Privatization Trends : a Step Backward Many firms were privatized in Brazil in the course of the 1980s. But the monetary returns from these sales were less than expected. The sale of the biggest firms only began in 1991. The first stage took place from 1981 to 1984, when the State sold firms which had in fact been previously " nationalized" (federalized) via public assistance in the form of capital-sharing — which meant that the State lost money when it privatized the money it had invested in them. Privatization was due to be taken up again by the " Collor Plan", the new President having campaigned on the issue. But resistance to it grew strongly both in Parliament and in the ministries. Out of the 60 proposed, 23 firms were privatized. But this was done through procedures which did not bring money to the State. After Collor was impeached, his successor I. Franco went on with privatizations — but with the State now getting benefits from the sales. After a decade of privatization, most of the public sector still remains public. And the paradox is that the State persists in a policy of privatization whereas big developed countries are retreating from ultra-liberalism.Un nombre important d’entreprises ont été privatisées au Brésil dans les années quatre-vingt. Mais les valeurs monétaires en résultant n’ont pas été de l’ampleur attendue. Par ailleurs, les plus grosses entreprises n’ont été vendues qu’à partir de 1991. Une première étape s’est déroulée de 1981 à 1984, l’État privatisant des entreprises qui, en fait, avaient été " nationalisées" (fédéralisées) précédemment, via des aides publiques sous la forme de participation à leurs capitaux. Par la revente, l’État perdit ainsi l’argent investi. La privatisation aurait dû être relancée par le " Plan Collor", le nouveau Président ayant fait sa campagne sur ce thème. En réalité la résistance s’accrut fortement notamment au Parlement et dans les administrations. Vingt-trois entreprises sur les soixante proposées ont été privatisées. Mais ce fut par échange de titres de la dette publique, achetés avec des décotes importantes et donc sans rentrées d’argent pour l’État. Après la déposition de Collor, le président I. Franco a continué les privatisations — l’État engrangeant cette fois des bénéfices. Mais après une décennie de privatisation, la partie la plus importante du secteur public reste encore entre les mains de l’État. Le paradoxe est que celui-ci s’obstine dans la politique de privatisation au moment où les grands États développés reviennent sur l’ultralibéralisme.Kliass Paulo. Crise et retrait de l'État : aspects de la privatisation au Brésil. In: Lusotopie, n°1, 1994. Géopolitiques des mondes lusophones. pp. 329-344

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