Trabalho final de mestrado integrado em Medicina, área científica de Urologia, apresentado á Faculdade de Medicina da Universidade de CoimbraTanto a hiperplasia benigna da próstata como a disfunção eréctil são patologias com
elevada prevalência em homens com mais de 60 anos de idade, existindo evidência
epidemiológica de que possam partilhar uma fisiopatologia comum. Foram assim formuladas
quatro teorias que podem explicar esta relação: a teoria da Rho-cinase; a do síndrome
metabólico e da hiperactividade autonómica; a da via do óxido nítrico e a da aterosclerose
pélvica.
Tendo sido demonstrado o efeito regulador dos inibidores da 5-fosfodiesterase no
tónus muscular da próstata, vários estudos foram realizados no sentido de verificar o efeito
destes fármacos na hiperplasia benigna da próstata. Assim, este artigo tem por objectivo
elaborar uma revisão da informação que se encontra publicada acerca da utilização de
inibidores da 5-fosfodiesterase no tratamento da hiperplasia benigna da próstata, de modo a
entender o fundamento da utilização deste fármaco e a sua eficácia na sintomatologia desta
patologia. Em todos os estudos analisados, os inibidores da 5-fosfodiesterase demonstraram
serem eficazes na melhoria dos sintomas e serem bem tolerados, tanto em monoterapia como
em combinação com bloqueadores α. O tratamento combinado demonstrou ainda ser mais
eficaz do que a utilização isolada de cada um dos fármacos. Para além da melhoria
sintomática, verificou-se um efeito anti-proliferativo e inibidor da trans-diferenciação de
fibroblastos num estudo pré-clínico. No entanto, são necessários estudos clínicos de larga
escala e com distribuição aleatória para determinar a segurança a longo prazo, a eficácia e a
relação custo-eficácia da utilização dos inibidores da 5-fosfodiesterase no tratamento
sintomático da hiperplasia benigna da próstata.Benign prostatic hyperplasia and erectile dysfunction are both pathologies with high
prevalence in men over 60 years of age. Epidemiologic evidence suggests they can share
physiopathology in common. Four theories have been formulated to explain this relationship:
the Rho-kinase theory; the theory of the Metabolic Syndrome and Autonomic Hyperactivity;
the Nitric Oxide Pathway theory and the Pelvic Atherosclerosis theory.
Phosphodiesterases-5 inhibitors have a regulatory effect on the prostatic muscular
tonus and numerous studies have already been conducted to verify their effects on benign
prostatic hyperplasia. Therefore, this article aims at producing a review of the information
published on the use of these drugs, in order to justify their use and efficacy on the
symptomatology of this pathology. Studies analyzed have demonstrated the efficacy of the
drugs in the improvement of the symptoms, and their tolerance levels in monotherapy and in
their association with α-blockers. The combined treatment showed more efficacy than that of
the separate use of each drug. Beside the symptomatic improvement, the antiproliferative and
inhibitory effects of trans-differenciation of fibroblasts have already been demonstrated in a
preclinical study. However, more randomized and large-scale clinical studies are necessary to
ascertain the long term safety, efficacy and cost-effectiveness relationship of the
phosphodiesterases-5, in the symptomatic treatment of benign prostatic hyperplasi