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Influência das crenças na medicação no controlo da diabetes

Abstract

Monografia realizada no âmbito da unidade de Estágio Curricular do Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas, apresentada à Faculdade de Farmácia da Universidade de CoimbraIntrodução: O envelhecimento da população e as alterações de estilos de vida que a sociedade tem vindo a sofrer levam ao aumento de doenças crónicas, tais como a Diabetes Mellitus tipo 2. Muitas destas doenças vão passando despercebidas devido ao silêncio dos seus sintomas, provocando nos doentes, por vezes, um sentimento de indiferença relativamente a estas. As crenças nos medicamentos que os doentes diabéticos revelam, tanto no sentido da ‘necessidade’ como da ‘preocupação’, têm repercussões no controlo da doença, que nem sempre se atinge como seria esperado. Objetivo: Inserido num estudo mais alargado para avaliar a influência do conhecimento da diabetes, das crenças na medicação e da adesão à terapêutica por parte de diabéticos tipo 2 no controlo da sua doença, tendo em vista uma otimização da intervenção farmacêutica, o objetivo específico do presente trabalho foi caracterizar as crenças na medicação dos doentes que participaram no estudo e analisar de que modo estas influenciam a adesão à terapêutica e, consequentemente, o controlo da diabetes desses mesmos indivíduos. Metodologia: Este estudo efetuou-se em farmácias do distrito de Coimbra. Os participantes no estudo foram os indivíduos que entraram nestas farmácias num determinado período a solicitar um antidiabético não-insulínico e que aceitaram participar no projeto. A estes foi solicitado, após assinatura do consentimento informado, o preenchimento de 3 questionários relativos aos conhecimentos da doença, às crenças na medicação (questionário BMQ-específico) e à adesão à terapêutica. Foram-lhes depois medidos os valores de hemoglobina glicada, pressão arterial e perímetro abdominal. Finalmente foi registada informação acerca da sua medicação crónica. Resultados: O questionário BMQ-específico revelou que as mulheres diabéticas têm crenças de ‘preocupação’ relativas à sua medicação mais elevadas que os homens, conduzindo ao aparecimento de crenças menos positivas. Os doentes com adesão à terapêutica elevada apresentam crenças mais positivas quando comparados com os doentes com baixa adesão, obtendo-se diferenciais ‘necessidade-preocupação’ de 2,91±5,05 e 2,08±5,21, respetivamente. Não foi encontrada associação entre crenças mais positivas e valores de HbA1c mais baixos. Verificou-se ainda que 23% dos participantes não têm a diabetes controlada. Conclusão: As crenças na medicação mais positivas – acreditar na necessidade da medicação e diminuir a importância dada aos aspetos negativos desta – tendem a resultar numa maior adesão à terapêutica, um dos fatores que pode contribuir para um maior controlo da diabetes.Introduction: The population’s aging and alterations in lifestyle that society has been experienced induce the increase of chronic diseases, such as type 2 Diabetes Mellitus. Many of these diseases are going unnoticed due to the silence of their symptoms, which sometimes causes a feeling of indifference concerning these diseases. The beliefs about medicines that diabetics feel, both in the sense of ‘necessity’ as the ‘concern’, have repercussions in disease’s control, which is not always reached like expected. Aim: Inserted in a larger study to evaluate how the type 2 diabetics’ knowledge about diabetes, beliefs about medicines and medication adherence influence their disease’s control, aiming to optimize the pharmacist’s intervention, the specific objective of this monograph was to characterize the beliefs about medicines of the patients who took part in this study and to analyze in which way these beliefs have influence over the medication adherence and, consequently, the diabetes’ control of these individuals. Methodology: This study took place in pharmacies of the district of Coimbra. The participants in this study were individuals who came to these pharmacies, in a specific time, asking for a non-insulin antidiabetic and accepted to participate in this project. After signing informed consent, they were asked to fill in 3 questionnaires about their knowledge on the disease, beliefs about medicines (BMQ-specific questionnaire) and medication adherence. Then, the values of glycated hemoglobin, blood pressure and abdominal circumference were measured. Finally, the information about their chronic medication was registered. Results: The BMQ-specific questionnaire revealed that diabetic women have concern beliefs about their medication higher than men, which leads to the surging of less positive beliefs about medicines. Patients with higher medication adherence show more positive beliefs in comparison to patients with low adherence, obtained ‘necessity-concerns’ differential of 2,91±5,05 and 2,08±5,21, respectively. No association was found between more positive beliefs and lower HbA1c values. There are 23% of participants who do not have their diabetes controlled. Conclusion: More positive beliefs about medicines – believing in their necessity and decreasing the importance given to their negatives aspects – tend to result in a higher medication adherence, which is one of the factors that can contribute to a better diabetes’ control

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