Com a hospitalização, as crianças/jovens veem interrompidas as suas atividades normais, defrontando-se com o isolamento do que lhes é familiar, sujeitos a normas, rotinas, horários, tratamentos, procedimentos invasivos, num ambiente estranho. Neste sentido, assume grande relevância compreender os sentimentos das crianças/jovens hospitalizados face à informação disponibilizada pela equipa de saúde, devendo este aspeto ser valorizado na prática profissional em Pediatria.
Assim, delineou-se como objetivo geral para esta investigação compreender os sentimentos da criança/jovens hospitalizados face à informação disponibilizada pela equipa de saúde. Optou-se por uma investigação que se contextualiza num estudo qualitativo, com abordagem fenomenológica. Assim, entrevistaram-se 18 crianças/jovens internados no Serviço de Pediatria do Centro Hospitalar Cova da Beira com idades compreendidas entre os 6 e os 17 anos, cujos motivos da hospitalização foram a cirurgia, a patologia gastrointestinal entre outros, tendo a maioria experiência de hospitalizações anteriores. Os resultados revelam que, na globalidade, as crianças/jovens entrevistados estão bem informados, sendo as informações acerca do motivo do internamento e da sua doença dadas, na maioria, pelo médico/enfermeiro. Em relação ao facto de as crianças/jovens sentirem que o momento em que a informação lhes foi dada foi o mais adequado, apurou-se que quase todos admitiram que a mesma foi dada no momento adequado. Todas as crianças/jovens admitiram que foram bem informados pelos profissionais de saúde acerca do funcionamento e rotinas do serviço onde estão hospitalizados. Grande parte das crianças/jovens relataram que é importante que lhes tenha sido solicitado o seu assentimento/consentimento para os tratamentos/procedimentos. Em relação ao que sentem face à informação que lhes foi facultada acerca da sua doença e tratamentos, registou-se satisfação e insatisfação. Prevaleceram as opiniões dos que afirmaram sentir-se satisfeitos. As crianças/jovens que referem sentir-se insatisfeitas atribuem na sua maioria ao facto de as informações terem sido facultadas apenas às suas mães