A integração de redes sociais e espaciais é fundamental para novas abordagens a cidades como sistemas de interacção. Neste artigo, propomos uma maneira de analisar as condições espaciais e temporais do encontro como condição da formação de redes sociais. Reunindo abordagens clássicas como a geografia temporal de Hägerstrand e o conceito de segregação como ‘restrição de contato’ de Freeman, e explorações recentes de dados de localização via mídia digital, analisamos a estrutura espaço-temporal de encontros potenciais nas trajetórias urbanas de usuários do Twitter diferenciados por níveis de renda no Rio de Janeiro. Esta abordagem permite estimar as posições dos usuários, visualizar grupos de renda e suas trajetórias no espaço urbano, identificar espaços de encontro potencial e os níveis de diversidade e segregação nos espaços públicos. O artigo conclui com uma discussão dos achados empíricos e a utilidade desta ‘geografia temporal dos encontros’ potenciais na cidade, possível a partir da introdução de novas tecnologias de comunicação digital móvel