A leitura na escola de 1. grau : uma viagem através da literatura

Abstract

Orientador: Marta Morais da CostaDissertação (mestrado) - Universidade Federal do Paraná. Setor de Ciências Humanas, Letras e Artes. Curso de Pós-Graduação em Letras. Defesa : Curitiba, 21/08/1993Inclui referênciasÁrea de concentração : Literatura brasileiraResumo: A tese ora apresentada dirigi-se a todos quantos estiverem preocupados com os atos de leitura na escola, principalmente os relacionados aos textos literários. Entendemos que 1er, tornar-se leitor, faz parte de um processo idiossincrático e na escola deve caracterizar-se enquanto um projeto educacional. Projeto que encaminhe o leitor para além da leitura parafrástica, rumo à leitura polissêmica e que também privilegie o universo simbólico do leitor, além de respeitar a história do leitor e da leitura. Para que isso ocorra, é necessário que o professor domine conceitos de leitura e literatura, bem como possua uma metodologia flexível, porém definida, em relação ao trabalho que pretende desenvolver. Também é importante que, no processo de formação do leitor, alimente-se e desenvolve-se o imaginário, que na escola deverá ser realizado através das várias linguagens expressivas como a música, desenho, danças, entre outras, e principalmente a leitura do texto literário. Assim, durante o ano letivo de 1992, trabalhamos uma média de 3 dias semanais com uma 3a série do Ensino de 1 ° Grau, de uma escola pública localizada em ponto central da cidade de União da Vitória. A clientela era composta de 34 crianças com idade variando entre 8 e 9 anos. Nosso objetivo maior era observar se ocorreriam mudanças no relacionamento da criança com o texto literário. Para resgatar-se o folclórico, o popular e o universo infantil, as leituras iniciais foram de mitos, lendas, contos populares e de assombração, para depois fazer o encaminhamento para parlendas, ditos populares, adivinhas, trava-línguas e outros, até chegar-se a poemas e textos em prosa em geral. Para realizarmos esse trabalho, utilizamos dois posicionamentos em relação aos livros ofertados ás crianças. Um momento de espontaneidade, em que a criança buscava o que 1er seguindo seus critérios de leitor, e outro momento em que o professor organizava a leitura do que ele queria que os alunos lessem, bem como mostrava aos alunos o que 1er no texto literário, e como lê-lo. No decorrer do segundo momento, apoiamo-nos em textos literários que privilegiam o fantástico enquanto estilo. Assim, o ponto de partida para a seleção de textos foi o fantástico e não a faixa etária ou qualquer outra classificação que separasse a literatura infantil de outra literatura. Por conseguinte, nesse trabalho não houve preocupação com textos específicos para criança, mesmo porque defendemos que a abordagem de um texto literário deve ser resultado de conhecimentos teóricos das questões literárias e de uma metodologia adequada ao público-alvo. Nossa proposta de leitura através do texto literário com a finalidade de ajudar a construir a história do leitor organizou-se em atividades que visavam a questões literárias de conteúdo e forma, questão pedagógica de interdisciplinaridade e questões metodológicas e lingüísticas de atos de leituras. Dessa maneira, o desenvolvimento das ações e as avaliações do trabalho proposto foram observados nas várias atividades produzidas pelos alunos, quer orais, quer escritas, lidas, desenhadas, dramatizadas ou outras. Pudemos constatar que quando se define, planeja e executa uma proposta de leitura com a literatura na escola, as crianças reagem positivamente, tornando-se leitores capazes de produzir sentidos, além da probabilidade de criarem vínculos estreitos com a leitura e a literatura.Abstract: The thesis presented here is directed to all those who are concerned about reading performances in the school, especially those related to literary texts. We understand that reading, and becoming a reader, is part of an idiocratic process which should be defined, in the school, as an educating project. Project, thus, which guide the reader beyond the paraphrastic reading, toward polychrestic reading. It also should privilege the reader's symbolic universe, besides respecting the reader's and the reading's history. To make that happen, the teacher must have understanding of reading and literature concepts, as well as holding a flexible but defined methodology regarding the work he or she intends to develop. It is also important that, in a reader-making process, one should sustain and develop the imaginary, which will be accomplished in the school, by means of several expressive languages like music, drawings, dances, among others, and especially the reading of the literary text. Therefore, during the school year of 1992, we worked a medium of three days a week with a third grade of a Primary School, in a Public School situated downtown in the of União da Vitória. The customers were 34 children aged between 8 and 9 years. Our major aim was observe if there would be any chances in the children's relationship with the literary text. In order to rescue the folklore, the people's and the infantile universe, the initial readings were about myths, legends, people's and ghost tales, so we could afterwards make their way to discussions, people's savings, puzzles, tongue twisters and others, until we came to poems and texts in prose. To make this work real, we practiced two positions in relation to the books offered to the children. A spontaneity moment, in which the child searched for something to read following his or her own reader's standards. In the other moment, the teacher organized the reading of what he or she wanted the students to read, and at the same time showed the students what to read in the literaru text and how to read it. During the second moment, we relied on literary texts which priviledaed the phantastic as a style So, the starting point in selecting the texts was the phantastic and not the age or any other classification that would distinguish infantile literature from any other literature. Consequentely, there weren't any concerns about specific texts for children in this work, even because we support the idea that a literary text conception must be the result of theoretical knowledge of the literary questions and a proper methodology directed to the target-public. Our reading proposal by means of literary texts attempted to help to bufld the reader's history and was organized in activities which sought literary questions of content and shape, pedagogical questions among different subjects and methodological and linguistic questions of performances and readings. In that way, the progress of the performances and the evaluation of the work proposed were noticed in several activities carried out the students, some oral, some written, read, drawn, dramatized and others. We realized that when one defines, plans and completes a reading proposal with literature in the school, children react positively, becoming readers capable of creating senses, besides the chance of creating narrow links with reading and literature

    Similar works