Fórum de Mobilização Antimanicomial do Sertão do São Francisco-FMA/Mostra de Atenção Psicossocial
Abstract
Considerações iniciais: as práticas e ações de saúde mental na atenção primária no contexto brasileiro tem atuações limitadas (MODESTO; SANTOS, 2009). É importante perceber, também, que sem a inserção de uma equipe mínima de saúde mental, na atenção primária, o que se propõe, fica dissociado. Outro adendo é que nenhum modelo assistencial estará completo se não atender às necessidades de saúde mental da população. Portanto, a atenção primária tem um importante papel na assistência a certas demandas em saúde mental (FIGUEIREDO; CAMPOS, 2009). O Ministério da Saúde avalia que cerca de 9% da população apresenta transtornos mentais leves e de 6 a 8% apresentam transtornos decorrentes do uso de álcool e outras drogas, pelos quais a atenção primária deve responsabilizar-se (BRASIL, 2003). Objetivo: Desvelar a importância da saúde mental e seus arranjos na atenção primária. Metodologia: Qualitativo, descritivo e de revisão bibliográfica narrativa, a partir de achados de 1990 a 2010 que fundamentassem a Saúde Mental na Atenção Primária como marco importante na proposição de ações diferenciadas empregadas atualmente na saúde mental.. Utilizou-se fontes eletrônicas e impressas, sem pré-determinação, incluindo-se documentos federais, teses, dissertações, monografias, artigos em português e livros, a partir dos descritores: Saúde Mental, Atenção Primária à Saúde , adotando-se a análise temática de conteúdo. Discussão: Os estudos aqui relatados evidenciaram a necessidade de inserção das ações de saúde mental na atenção primária, considerando o número alto de transtornos mentais severos e a débil inserção sócio- econômica desses indivíduos.Sendo a atenção primária a porta de entrada do sistema de saúde, a inclusão de ações da saúde mental permite que os sintomas psíquicos sejam detectados e tratados precocemente, evitando-se internações desnecessárias (STARFIELD, 2002). O Brasil, junto a outros países, viveram mudanças significativas na saúde mental, com transformações nos modelos de atenção à saúde, e ênfase nas redes de serviços comunitários (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2003). A reforma psiquiátrica contribuiu para essa realidade, pois possibilitou o surgimento de experiências inovadoras e bem-sucedidas, oriundas da interação entre saúde mental e os serviços do nível primário em saúde. A atuação da saúde pública, através da Estratégia Saúde da Família (ESF) é expressiva, uma vez que evidencia a potencialidade da incursão de políticas especiais neste cenário, como é o caso da inclusão de ações de saúde mental (SILVEIRA; VIEIRA, 2009). Considerações finais: Há muito a ser desenvolvido ainda sobre a inserção das ações de saúde mental na atenção primária. A postura assumida sobre esta questão deve superar os conceitos organicistas e a lógica da exclusão, exigindo tempo para mudança dos atuais conceitos e práticas. Nesse tocante, a implantação das equipes de saúde da família parece ser uma tecnologia de produção do cuidado às pessoas em sofrimento psíquico a ser explorada e melhor desenhada enquanto possibilidade de atenção comunitária em saúde mental. Referências Bibliográficas: BRASIL. Ministério da Saúde. Coordenação de Saúde Mental/Coordenação de Gestão da Atenção Básica. Saúde mental e atenção básica: o vínculo e o diálogo necessários. Brasília: Ministério da Saúde, 2003. [Mimeo]. FIGUEIREDO, M. D.; CAMPOS, R. O. Saúde Mental na atenção básica à saúde de Campinas, SP: uma rede ou um emaranhado? Ciência & Saúde Coletiva, 2009. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/csc/v14n1/a18v14n1.pdf. Acesso em: 14 mar. 2015. MODESTO, T. N.; SANTOS, D. N. Saúde Mental na Atenção Básica. Revista Baiana de Saúde Pública. v. 31, n. 1, p.19-24. 2007. Disponível em: http://inseer.ibict.br/rbsp/index.php/rbsp/article/viewFile/1385/1021. Acesso em: 14 mar. 2015. SILVEIRA, D. P.; VIEIRA, A. L. S.; Saúde mental e atenção básica em saúde: análise de uma experiência no nível local. Ciência & Saúde Coletiva, 2009. Disponível em: http://www.scielosp.org/pdf/csc/v14n1/a19v14n1.pdf. Acesso em: 14 mar. 2015. STARFIELD B. Atenção primária. Brasília: Ministério da Saúde, 2002. Disponível em: http://apsredes.org/site2013/blog/2013/01/04/barbara-starfield/. Acesso em: 14 mar. 2015. WORLD HEALTH ORGANIZATION. Mental health context: Mental health policy and service guidance package. Geneva: WHO, 2003. ________________________ [1] Enfermeira, pós-graduanda em Enfermagem do Trabalho na Uninter, e-mail: [email protected]; [2] Enfermeira, Residente em Saúde Mental na Universidade Federal do Vale do São Francisco – UNIVASF, e-mail: [email protected] [3] Engenheiro Agrônomo, Mestre em Agronomia, Universidade Estadual da Bahia - UNEB, Licenciatura em Matemática, Universidade do Estado de Pernambuco, [email protected]; [4] Enfermeira, Mestre em Psicologia, Docente da Universidade Federal do Vale do São Francisco, e-mail: [email protected]; [5] Enfermeira, Mestre em Enfermagem, Docente da Universidade Federal do Vale do São Francisco, e-mail: [email protected]