Fórum de Mobilização Antimanicomial do Sertão do São Francisco-FMA/Mostra de Atenção Psicossocial
Abstract
Introdução: A adolescência é uma fase que requer cuidados, pois o uso de drogas tem sido, cada vez mais frequente e precoce nesse ciclo da vida (MALTA et al., 2011). Com isso, a escola é o lugar de promoção da integração, na qual, as relações sociais são construídas, permitindo que seja o espaço ideal no tocante à prevenção de uso das drogas e promoção da saúde. Destaca-se uma atenção especial para o álcool, droga lícita, culturalmente aceita, valorizada e permitida em quase todas as sociedades do mundo, e sua produção sempre esteve presente nos mais diversos contextos do desenvolvimento das civilizações (GOMES; ALVES; NASCIMENTO, 2010; MORENO et al., 2011). Nesse processo, o PET Saúde, cuja linha: Drogas: é preciso intervir nas escolas, aprovado sob o parecer de nº 0018/270512, pelo Comitê de Ética e Deontologia em Estudos e Pesquisas da UNIVASF, buscou aproveitar esse espaço de integração para desenvolver atividades de pesquisa e promoção à saúde, ao inserir-se em duas escolas públicas de Petrolina-PE. Objetivos: Conhecer o perfil dos estudantes de duas escolas públicas que fazem uso do álcool e analisar dados sócio-demográficos desses estudantes em relação ao uso dessa droga. Método: Enfoque quantitativo, a partir dos resultados obtidos com o preenchimento pelos estudantes de um questionário auto-preenchível, contendo questões sobre o álcool. Resultados e Discussões: O sexo predominante nos resultados foi o sexo feminino - 52% na 1ª escola e 56% na 2ª escola. Em relação à experimentação de alguma bebida alcoólica, a primeira escola obteve 76% contra 53% da segunda. Nos últimos doze meses, anteriores a data da pesquisa, a escola que obteve uma quantidade maior de alunos que tomaram a bebida alguma vez foi a segunda, apresentando uma porcentagem de 66% contra 42% da outra. Tal resultado assemelha-se também na análise dos últimos 30 dias. Sobre a idade em que a bebida foi experimentada pela primeira vez, as duas escolas obtiveram como resultado a faixa etária de 11 a 15 anos. A bebida foi oferecida, pela primeira vez, pelos amigos, obtendo 31% e 35% na primeira e segunda escola, e, na maioria dos casos, nada aconteceu após o uso - 84% e 92%, respectivamente. Todos os resultados mostraram pouca diferença em percentual nas duas escolas, demonstrando a similaridade de cada uma, mas foi evidente considerar as amizades como fator não preditivo e de grande influência para o uso, obtendo um percentual de 31% e 35%, respectivamente. Conclusão: A adolescência é uma fase de vulnerabilidades para experimentação de drogas, seja como consumo ocasional, indevido ou abusivo. Por isso, requer das políticas públicas uma atenção cuidadosa de abordagem e intervenção. Além disso, a família também é importante na prevenção do uso dessas substâncias, uma vez que relações familiares saudáveis desde o nascimento, funcionam como fator de proteção