CLÍNICA INFANTIL E PSICANÁLISE: TECENDO EXPERIÊNCIAS NO CAPSI – INTERVENÇÃO PRECOCE/CAMPINA GRANDE-PB

Abstract

Com o advento da Reforma Psiquiátrica brasileira são criados os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS). Tais serviços criados a partir da Reforma configuram-se como substitutivos ao modelo hospitalocêntrico, objetivando a reinserção do sujeito com transtorno mental em ações intersetoriais dando suporte à saúde mental na rede de atenção básica. O trabalho de extensão desenvolvido no CAPSi - centro de intervenção precoce - Campina Grande/PB, apresenta-se como uma possibilidade de acolhimento às diversas demandas de atendimento psicológico. Objetiva oferecer ao graduando do curso de Psicologia, interessado nesta vertente de atuação, uma visão geral sobre a clínica infantil, destacando suas nuances e especificidades, situando este fazer clínico no âmbito da saúde pública e da saúde mental à luz da teoria psicanalítica, assim como a experiência de aprendizagem em espaço multidisciplinar. Nesta compreensão, a psicanálise apresenta um ponto de convergência ao trabalho realizado no CAPS pelo fato de reinserir a dimensão de sujeito no paciente, ao apoiar o modelo antimanicomial, e ao situar a responsabilidade do paciente quanto a sua posição de sujeito, buscando possibilitar a construção de um saber, na medida em que este saber interromperá seu modo de gozo, produzindo-se assim um novo discurso para o sujeito. A metodologia utilizada consiste na participação dos estudantes de Psicologia no cotidiano de atendimento de clínica infantil no CAPSi - Intervenção Precoce, cujo atendimento está destinado à crianças de 0 a 15 anos, acolhendo os usuários desde a estimulação precoce até os casos graves de comprometimento da saúde mental. São desenvolvidas atividades de oficinas de grupo com crianças, grupo de família, atendimento individual sistematizado e atividades extras. Os materiais utilizados são didáticos e lúdicos, os quais são ofertados pela própria instituição: CAPSi - Intervenção Precoce. Como possibilidade de oferecer suporte para a relação prática e teórica ao estudante extensionista, o projeto ainda conta com estudo teórico e supervisões de casos semanalmente. A experiência possibilitou aos extensionistas integrantes a oportunidade de oferecer à sociedade um olhar diferenciado acerca da saúde mental, principalmente voltado para o âmbito infantil. Diante da implicação do grupo, tanto dos extensionistas quanto dos usuários, no percurso das atividades desenvolvidas, foram atendidos 150 pacientes, incluindo crianças e pais. Ofertaram, ainda, o acolhimento da angústia dos genitores, ou responsáveis, desses sujeitos através da escuta, seja esta individual ou no grupo intrafamiliar. Além dessas contribuições, os extensionistas deram suporte laboral aos funcionários da instituição, que por motivos maiores sofreram com algumas modificações no serviço

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