ATENÇÃO PRIMÁRIA COM UMA ABORDAGEM NA SAÚDE MENTAL: VIVÊNCIAS A PARTIR DE UMA REVISÃO NARRATIVA

Abstract

Introdução: as práticas e ações de saúde mental na atenção primária no contexto brasileiro tem atuações limitadas (MODESTO; SANTOS, 2009). É importante perceber, também, que sem a inserção de uma equipe mínima de saúde mental, na atenção primária, o que se propõe, fica dissociado. Outro adendo é que nenhum modelo assistencial estará completo se não atender às necessidades de saúde mental da população. Portanto, a atenção primária tem um importante papel na assistência a certas demandas em saúde mental (BONFIM; et al., 2013). O Ministério da Saúde avalia que cerca de 9% da população apresenta transtornos mentais leves e de 6 a 8% apresentam transtornos decorrentes do uso de álcool e outras drogas, pelos quais a atenção primária deve responsabilizar-se (BRASIL, 2003). Objetivos: Desvelar a importância da saúde mental e seus arranjos na atenção primária. Método: Qualitativo, descritivo e de revisão bibliográfica narrativa, a partir de achados de 1990 a 2010 que fundamentassem a Saúde Mental na Atenção Primária como marco importante na proposição de ações diferenciadas empregadas atualmente na saúde mental.. Utilizou-se fontes eletrônicas e impressas, sem pré-determinação, incluindo-se documentos federais, teses, dissertações, monografias, artigos em português e livros, a partir dos descritores: Saúde Mental, Atenção Primária à Saúde , adotando-se a análise temática de conteúdo. Resultados e discussão: Os estudos aqui relatados evidenciaram a necessidade de inserção das ações de saúde mental na atenção primária, considerando o número alto de transtornos mentais severos e a débil inserção sócio-econômica desses indivíduos. Sendo a atenção primária a porta de entrada do sistema de saúde, a inclusão de ações da saúde mental permite que os sintomas psíquicos sejam detectados e tratados precocemente, evitando-se internações desnecessárias (FRANL; et al., 2015). O Brasil, junto a outros países, viveram mudanças significativas na saúde mental, com transformações nos modelos de atenção à saúde, e ênfase nas redes de serviços comunitários (COELHO; et al., 2014). A reforma psiquiátrica contribuiu para essa realidade, pois possibilitou o surgimento de experiências inovadoras e bem-sucedidas, oriundas da interação entre saúde mental e os serviços do nível primário em saúde. A atuação da saúde pública, através da Estratégia Saúde da Família (ESF) é expressiva, uma vez que evidencia a potencialidade da incursão de políticas especiais neste cenário, como é o caso da inclusão de ações de saúde mental (COELHO; et al., 2014). Conclusão: Há muito a ser desenvolvido ainda sobre a inserção das ações de saúde mental na atenção primária. A postura assumida sobre esta questão deve superar os conceitos organicistas e a lógica da exclusão, exigindo tempo para mudança dos atuais conceitos e práticas. Nesse tocante, a implantação das equipes de saúde da família parece ser uma tecnologia de produção do cuidado às pessoas em sofrimento psíquico a ser explorada e melhor desenhada enquanto possibilidade de atenção comunitária em saúde mental

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