Trabalho final de mestrado em Medicina (Dermatologia), apresentado á Faculdade de Medicina da Universidade de CoimbraO melanoma cutâneo é um tumor de incidência crescente que se desenvolve como resultado da transformação maligna dos melanócitos, surgindo, na maioria dos casos, como uma lesão de novo. Os indivíduos do sexo masculino com mais de 65 anos são duas vezes mais propensos ao seu desenvolvimento em comparação com as mulheres do mesmo estrato etário.
Nesta revisão sistemática da literatura médica internacional, pesquisada na base de dados PubMed, abordaram-se as áreas mais controversas que dizem respeito ao melanoma. No que toca à prevenção primária, a associação entre a radiação UV e o melanoma cutâneo está ainda por esclarecer, mas tem sido constatado que o risco de melanoma está maioritariamente associado à exposição intermitente, aguda e intensa ao sol. Uma vez que a população subvaloriza estes conceitos, deve-se procurar enfatizar a importância da adoção de medidas protetoras aquando da exposição ao sol.
As taxas de incidência do melanoma têm aumentado devido a uma maior vigilância que conduziu ao diagnóstico precoce de tumores curáveis. Por isso, nas últimas três décadas assistiu-se a um aumento da taxa de sobrevivência aos 5 anos. O conhecimento dos fatores de risco, a realização do autoexame da pele e a participação em esforços de prevenção secundária podem ajudar os doentes a combater o melanoma maligno. O exame visual da pele é o método de rastreio mais usado para diagnosticar tumores cutâneos. O ABCDE deve ser ensinado aos profissionais de saúde não diferenciados e à população em geral e complementado com a dermatoscopia.
A avaliação ganglionar é um dos mais importantes indicadores de prognóstico a ser considerado na evolução do doente. A BGS é uma técnica segura, de reduzida morbilidade e que deve ser incluída nos protocolos de estadiamento, a par de vários métodos de imagem
considerados igualmente adequados no estadiamento de doentes com melanoma e potencial metastização.
O tratamento primário do melanoma cutâneo é a excisão cirúrgica. As margens de resseção cirúrgica são ainda controversas mas estão relacionadas com a espessura do tumor (índice de Breslow).
O seguimento do melanoma permanece uma área de debate. Até à data, têm havido poucos estudos prospetivos randomizados que fundamentem um programa de seguimento em particular. Incentivar um maior consenso internacional pode melhorar os resultados para o doente e reduzir a preocupação dos clínicos e o impacto económico do melanoma nos sistemas de saúde.
O papel das novas armas terapêuticas na melhoria do prognóstico destes doentes é bastante promissor. Tanto no campo da imunoterapia como com novos inibidores BRAF desenvolvidos, os resultados têm sido muito satisfatórios, com elevadas taxas de resposta e melhoria franca da sobrevivência globalCutaneous melanoma is a tumor that results from malignant transformation of melanocytes, occuring with an increasing incidence in most cases without any previous lesion (de novo). Males older than 65 years old are twice as likely to develop melanoma when compared to females in the same age group.
In this systematic review of the international medical literature, a search was conducted in the PubMed database and the most controversial issues related to melanoma were focused. Regarding primary prevention, the association between UV radiation and cutaneous melanoma is still unclear, but it has been found that the risk of melanoma is mainly associated with intermittent, acute and intense sun exposure. Since the population undervalues these concepts, it should be emphasized the importance of adopting protective measures when exposed to the sun.
The incidence rates of melanoma have increased due to a better surveillance that led to early diagnosis of curable tumors. So, over the past three decades there has been an increase in the 5-year survival rates. The identification of risk factors, the self-examination of the skin and the participation in secondary prevention efforts may help patients to fight malignant melanoma. Visual examination of the skin is the most commonly used screening method to diagnose cutaneous tumors. The ABCDE should be taught to the healthcare providers and to general population, as well as complemented by dermatoscopy.
The lymph node evaluation is one of the most important prognostic indicators to be considered in the evolution of the patient. The sentinel lymph node biopsy is a safe technique with low morbidity that should be included in the staging guidelines, along with various imaging methods considered equally relevant for the staging of patients with melanoma and potential metastases.
The primary treatment of cutaneous melanoma is surgical excision. Surgical resection margins are still debatable but are related to tumor thickness (Breslow's depth).
The follow-up of melanoma remains controversial. To date there have been few randomized prospective studies that support a follow-up program in particular. To encourage a greater international consensus can improve patient outcomes and reduce the concern of the clinicians and the economic impact of melanoma in health systems.
The role of the new therapeutic agents in improving the prognosis of these patients is very promising. Both in the field of immunotherapy and with new BRAF inhibitors developed, the results have been very satisfactory, with high response rates and improved overall survival