CoLAB 4/2018-CemLabO aquecimento global é causado pela quantidade crescente de gases com efeito de estufa na atmosfera, assumindo-se como uma das maiores ameaças ambientais a nível mundial. Assim, têm surgido esforços globais para a sua mitigação, nomeadamente através da redução das emissões de gases, particularmente do dióxido de carbono (CO2). Diversas estratégias de captura e armazenamento do CO2 emitido têm sido estudadas e vindo a ser implementadas. Os resíduos de construção e demolição (RCD) são gerados em grande abundância e têm um potencial diversificado no sector da construção, que é a indústria que os gera e tem maior responsabilidade na sua gestão. Não obstante os estudos já desenvolvidos, a sua utilização em materiais de construção, como argamassas, é ainda limitada. Esta incorporação reduz o volume de matéria-prima natural utilizada nestes produtos, abrandando assim o esgotamento de recursos naturais, ao mesmo tempo que reduz a energia que incorporam e aumenta o seu ciclo de vida. Complementarmente, muitos RCD têm potencial para captação de CO2 produzido pela indústria, por processos químicos ou físicos. Este artigo visa apresentar os primeiros resultados de um estudo de avaliação de desempenho de agregados reciclados após submissão a carbonatação forçada e acelerada, com o objectivo de contribuir para a captação de CO2. São estudadas argamassas cimentícias fabricadas com agregados naturais (argamassas de referência) e com agregados reciclados antes e após carbonatação, com um traço volumétrico de 1: 4 (cimento: agregado). Pretende-se, desta forma, contribuir para a captação de parte das emissões de CO2 da indústria cimentícia Portuguesa, dotando-a de mecanismos que permitam torná-la mais sustentável em termos energéticos e ambientais. Adicionalmente, pretende-se contribuir para a diminuição da extracção de recursos naturais não renováveis, na forma de agregados naturais, por parte do sector de construção.authorsversionunpublishe