Viajantes e peregrinos entre Portugal e a Terra Santa

Abstract

UID/HIS/04666/2019A região da Palestina, e Jerusalém em particular, afirma-se como um dos lugares centrais do Cristianismo, que recebe, atualmente, milhares de visitantes e peregrinos que chegam dos “quatro cantos do mundo”. Mas como eram as peregrinações há cinco séculos atrás? Qual a preparação prática e espiritual necessária para uma viagem deste tipo? E que propósitos haveria para a realização destas viagens? As respostas a estas perguntas podem ser encontradas nos relatos de viajantes/peregrinos à Terra Santa que deixaram registo escrito. Mas mais que responder a estas questões, estes textos podem levantar outras discussões muito significativas. De que forma os homens dos séculos XVI e XVII entendiam a história do Próximo Oriente, nomeadamente a dos locais sagrados, e quais as perceções que tinham da Antiguidade oriental e bíblica? É precisamente este tema que pretende ser analisado e discutido nesta apresentação. Partindo, então, dos textos de viajantes portugueses que passaram pela Terra Santa entre estes séculos, procuremos analisar referências a personagens ou episódios bíblicos, tanto do Antigo, como do Novo Testamento, avaliando-se as suas interpretações morais, tipológicas e anagógicas. As Sagradas Escrituras têm, portanto, um papel fulcral nesta equação, sendo muito estudadas por estes viajantes. Eventualmente analisaremos referências à Antiguidade mesopotâmica, que tenham como pano de fundo o horizonte bíblico. Neste sentido, não poderemos deixar de abordar as eventuais conceções geográficas erróneas – o exemplo mais flagrante, nesta altura, é a confusão feita entre Bagdad e a Babilónia, por certos autores, tidas como a mesma cidade. Este estudo pretende contribuir para a discussão em torno da Receção da Antiguidade, fornecendo elementos para investigações de grande interesse e que permitam conhecer melhor a mentalidade do homem moderno e do conhecimento que tinha sobre épocas anteriores.publishersversionpublishe

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