membros da União Europeia. Estas afetam o sistema circulatório e abrangem uma grande variedade de condições arteriais e vasculares como a doença congénita do coração, doença cardíaca reumática, trombose venosa e embolia pulmonar, entre outras. Patologias como a endocardite infeciosa (EI) podem originar complicações cardíacas, como disfunção valvular e insuficiência cardíaca, bem como desencadear fenómenos embólicos. A EI resulta de uma infeção originada pelo alojamento de bactérias na superfície do endocárdio, quando cavidades corporais predominantemente colonizadas por microrganismos (p. ex. cavidade oral) sofrem rotura e possibilitam a entrada de bactérias na corrente sanguínea. É uma doença rara em indivíduos com corações normais e saudáveis, sendo mais frequente em indivíduos com condições cardíacas adversas associadas a fatores de risco que incluem doenças valvulares degenerativas, válvulas protésicas e dispositivos intracardíacos, doenças cardíacas congénitas e historial prévio de EI. Comorbilidades como a imunossupressão, neoplasias e diabetes mellitus também são fatores preditores de maus resultados. A EI manifesta sintomas bastante vagos, tem diagnóstico difícil e terapêutica complexa. A sua incidência situa-se entre 3-10 casos/100.000 doentes/ano e a taxa de mortalidade intra-hospitalar dos doentes com EI varia entre 15 a 30%.
Métodos: O principal objetivo deste estudo foi mapear a informação contida na literatura acerca de endocardite infeciosa de origem oral, através de uma pesquisa no banco de dados Scopus que abrangeu 310 estudos, datados de 1944 a 2019, com o intuito de perceber em que tópicos incidem estes estudos e quais os conhecimentos, atitudes e práticas dos dentistas acerca deste tema.
Resultados: O mapeamento da literatura revelou que os estudos, de um modo geral, apontam para um conhecimento insuficiente dos dentistas acerca de endocardite infeciosa e regimes de profilaxia, o que leva a práticas de prescrição inadequadas, fator que potencia a resistência das bactérias aos antibióticos - um dos principais problemas de saúde pública do século XXI.
Conclusão: A realização de planos de formação para profissionais de saúde pode incrementar a solidificação de conhecimentos acerca desta temática. Uma abordagem multidisciplinar com troca de informação atualizada e detalhada sobre o paciente, entre os seus médicos e dentistas, é fundamental para ajudar a estabelecer e clarificar eventuais cenários e condições de risco. A adaptação de guia de prática clínica com base nas orientações já existentes, com recomendações redigidas de forma concisa, atualizadas e ajustadas às necessidades da população de cada país, pode ajudar a minimizar situações de incerteza entre os profissionais de saúde face ao processo de decisão sobre a melhor prescrição para os seus pacientes.Introduction: Cardiovascular diseases are the leading cause of death in European Union member states. These affect the circulatory system and cover a wide range of arterial and vascular conditions such as congenital heart disease, rheumatic heart disease, venous thrombosis and pulmonary embolism, among others. Pathologies like infective endocarditis (IE) may lead to cardiac complications such as valvular dysfunction and heart failure, as well as trigger embolic phenomena. IE results from an infection caused by bacteria proliferation on the surface of the endocardium, when the body cavities predominantly colonized by microorganisms (e.g. oral cavity) suffer rupture and allow the entry of bacteria into the bloodstream. It is a rare disease in individuals with normal and healthy hearts and is more common in individuals with adverse heart conditions associated with risk factors including degenerative valve disease, prosthetic valves and intracardiac devices, congenital heart disease and previous of IE. Comorbidities such as immunosuppression, neoplasms and diabetes mellitus are also predictors of poor outcomes. IE manifests vague symptoms is difficult to diagnose and has complex therapy. Its incidence is between 3-10 cases/ 100,000 patients/ year and the in-hospital mortality rate of patients with IE varies between 15 to 30%.
Methods: The main objective of this study was to map information contained in the literature about oral infective endocarditis, through a search in Scopus database covering 310 studies from 1944 to 2019, in order to understand which topics these studies focus on and what knowledge, attitudes and practices dentists reveal about this topic.
Results: The scoping review revealed that studies generally point out inadequate knowledge of dentists about infective endocarditis and prophylaxis regimens, which leads to inappropriate prescribing practices, factor that enhances the resistance of bacteria to antibiotics - one of the main public health problems of the 21st century.
Conclusion: The implementation of training plans for health professionals can increase the solidification of knowledge about this subject. A multidisciplinary approach with the exchange of updated and detailed information about the patient, between his doctors and dentists, is crucial to establish and clarify potential risk scenarios and conditions. Adapting a clinical practice guide based on existing guidelines, with concisely worded, up-to-date recommendations, tailored to the needs of each country's population, can help minimize the uncertainty among health professionals towards the decision process about the best prescription for their patients