Potencialidades para Planeamento e Ordenamento do Território

Abstract

UID/SOC/04647/2019 SFRH/BPD/116933/2016As concepções pós-modernistas da teoria do planeamento territorial consubstanciam, de uma forma geral, perspectivas de colaboração e participação entre os diversos actores envolvidos, como contraponto a um planeamento centralizado, regulador e normativo dominado pelo Estado. O interesse público passa a ser objecto de negociação e da construção de consensos e a natureza do plano assume um carácter estratégico e potencialmente mais resiliente a contextos de incerteza. Contudo, a integração de um número crescente de actores amplia a multiplicidade de interesses e posições nem sempre convergentes e até conflituantes. Paralelamente, as transformações rápidas, e por vezes imprevisíveis, ao nível tecnológico, financeiro e político reforçam a complexidade inerente às dinâmicas territoriais e para as quais o ordenamento do território carece de resposta(s) em tempo útil. Nestes contextos instáveis, a tomada de decisão é confrontada com uma pluralidade de perspectivas e tendências de desenvolvimento não lineares que envolvem uma tensão permanente entre cooperação e competição – muitas vezes dificultado quando as soluções envolvem alterações ao status quo ou a padrões de comportamento estabelecidos na sociedade colocando em confronto o interesse colectivo ou de bem comum com os interesses individuais ou corporativos. No contexto desta problemática é notória a necessidade de desenvolvimento de processos e abordagens analíticas de suporte à teoria e prática de planeamento. A Teoria de Jogos Evolutiva permite a análise de transformações socio-territoriais onde os vários agentes interagem e adotam diferentes estratégias ao longo do tempo. Este processo dinâmico depende do sucesso percebido de cada estratégia, e também das estratégias adotadas por outros. Neste sentido, é possível analisar a evolução da adopção de estratégias ao longo do tempo procurando antecipar o (in)sucesso das soluções desenhadas. Na comunicação são apresentados modelos teóricos de aplicação de teoria de jogos evolutiva em problemas que envolvem agentes de diferentes sectores da sociedade e onde se procura perceber de que forma a cooperação pode emergir e persistir ao longo do tempo, em função do grau e tipo de interacção entre as várias partes envolvidas. A reflexão crítica sobre os resultados encontrados permitirá identificar potencialidades de aplicação no âmbito do planeamento e ordenamento do território, quer ao nível teórico, quer ao nível operativo.publishersversionpublishe

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